São Paulo, quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

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Nextel é a nova tele nacional de celular

Empresa, que atuava apenas na telefonia via rádio, ganhou 11 dos 13 lotes do leilão da última faixa de tecnologia 3G

Nova operadora pagará R$ 1,2 bilhão; disputa teve pequeno ágio e reclamações de quem já estava no mercado


SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

O mercado de telefonia móvel ganha um novo concorrente de abrangência nacional. A Nextel arrematou 11 dos 13 lotes do leilão das últimas faixas de frequência destinadas à tecnologia 3G, a chamada Banda H.
A empresa pagará R$ 1,214 bilhão à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pela licença para operar com telefonia móvel. Foi um ágio pequeno, considerando o preço mínimo total de R$ 1,1 bilhão.
O resultado era esperado, já que a Nextel foi a única operadora de fora do segmento que concorreu. Pelas regras da Anatel, empresas entrantes tinham preferência, o que desagradou às prestadoras atuais.
A Anatel foi acusada, aliás, de ter direcionado a licitação para favorecer a Nextel. Em 2007, a empresa participou do primeiro leilão voltado para 3G. Não levou nada, mas turbinou o ágio com seus lances.
Ontem, representantes da Oi e da Claro se manifestaram contra as regras do leilão, exigindo isonomia de tratamento. A Claro chegou a dizer que as normas eram inconstitucionais. As prestadoras tentaram impugnar o edital do leilão, sem sucesso.
Desta vez, a Nextel, que atuava apenas com telefonia corporativa via rádio, levou o filé mignon das frequências e atuará em todo o país, exceto nas localidades onde a Oi e a CTBC venceram.
A CTBC levou um lote referente a cidades do interior de Minas Gerais por R$ 30,5 milhões. A Oi venceu o lote que atende cidades de Goiás e Mato Grosso do Sul, por R$ 1,35 milhão.
O leilão teve ágios de zero a 205%, este referente ao lote do interior paulista. Na maioria dos casos, a Nextel ganhou sem concorrentes, o que gerou lances com preços muito próximos do mínimo.
Oi, Claro, TIM, Vivo, Nextel e CTBC participaram da licitação. As atuais prestadoras somente puderam competir por lotes de frequência em áreas onde ainda não atuam e em caso de não haver entrante interessado, o que não ocorreu.
O presidente da Nextel Brasil, Sérgio Chaia, afirmou que a empresa deve investir de R$ 4,5 bilhões a R$ 5,5 bilhões no país nos próximos cinco anos. O plano de investimento já inclui o R$ 1,2 bilhão que a empresa terá de pagar pela licença à Anatel.
A empresa se concentra agora em formas de captar investimento e na construção da sua rede, e não dá datas para início da oferta do serviço no país.
Segundo Chaia, parte do investimento será sustentada pela própria empresa, mas a Nextel já iniciou um "road show" por bancos para identificar possíveis financiadores. O BNDES é um dos cotados.
Ele disse que a Nextel vai ofertar uma tecnologia inédita no país, que funde a tecnologia via rádio com 3G.


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