São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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Reconstrução pode evitar nova tragédia

Arquitetos estudam materiais e desenhos resistentes a água e furacões e projetam acesso no teto para resgate

Haiti usa bambu e estrados em novas casas; abrigos podem ganhar ampliações e virar moradia definitiva

Bill Haber - 9.out.08/Associated Press
Casa do escritório de arquitetura Graft, em Nova Orleans; térreo é suspenso para proteger moradores de enchentes

DO EDITOR DE MERCADO

Após a tragédia, além de alimentar, abrigar e confortar os desabrigados, é hora de pensar na reconstrução. Que tipo de cidade e de moradia serão construídos após a tragédia?
Na maioria dos casos, é começar do zero. É a chance de evitar a repetição de novos desastres no futuro.
Na semana passada, o Instituto de Americanos Arquitetos reuniu em Nova Orleans mais de 500 arquitetos e urbanistas que estão trabalhando como voluntários na reconstrução do Haiti. Um concurso escolheu seis projetos de casas que sirvam de modelo para as dezenas de organismos internacionais presentes em Porto Príncipe.
Casas com material reciclado, de estrados de madeira a bambu, foram propostas, com custo entre US$ 1.000 e 5.000 (R$ 1.600 a R$ 8.000 cada).
A organização Habitat para a Humanidade criou modelos de construção temporária que podem se transformar em casas permanentes, com apenas alguns anexos já previstos no projeto.
Absorve as ideias de habitação popular do chileno Alejandro Aravena, que sugere que as partes mais difíceis sejam fornecidas pelo Estado -e que os próprios moradores irão construindo o que é mais supérfluo.
Em Sri Lanka, país na costa indiana afetado pelo tsunami, uma fundação americana doou US$ 1 milhão para a construção de 70 casas para pescadores que perderam tudo -e que acabaram servindo de modelo para outros novos bairros pelo país.
O arquiteto japonês Shigeru Ban, que já fez abrigos com papelão reforçado, desenhou as casas, usando madeira de seringueira e de coqueiro (comuns na ilha) e tijolos de terra seca. As casas foram feitas em mutirão.

KATRINA
Em Nova Orleans, onde 65 mil casas ainda estão desocupadas e em áreas de risco, um movimento liderado pelo ator Brad Pitt discute a criação de casas sustentáveis e resistentes a intempéries.
Duas ONGs, a Global Green e a Make it Right New Orleans (""verde global" e "faça certo Nova Orleans") convidaram arquitetos famosos como Thom Mayne e David Aldjaye para criar casas com madeira reciclada e um desenho que as proteja das habituais enchentes -térreo suspenso e acesso fácil ao teto para facilitar resgates.
Em construção, as casas têm terraços e varandas para "socialização" dos vizinhos e materiais resistentes a furacões. O preço é considerado econômico para o padrão local, casas de 112 m2 com três quartos e dois banheiros por até US$ 150 mil (R$ 250 mil).
(RAUL JUSTE LORES)


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