São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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Sacolas plásticas representam 1,3% do lixo nacional

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Relatórios sobre a composição do lixo no Brasil mostram que as sacolas plásticas representam parte pequena do que é descartado. Das 61,5 milhões de toneladas de lixo produzidos ao ano, 789 mil são sacolas: 1,3%.
Mesmo só entre os plásticos, elas não representam mais do que 35% do total jogado fora. Os números, do "Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil", da Abrelpe (associação de empresas de limpeza pública), batem com estudos de outros países.
Cientistas vinculados ao governo australiano, por exemplo, concluíram que 60% das sacolas são reutilizadas para colocar lixo (especialmente as sacolas de mercado, mais frágeis) ou para transportar outras coisas (as de loja, mais fortes).
O receio é que, caso as sacolinhas fossem vetadas, o bônus ambiental seria perdido. Foi o que aconteceu na Irlanda, que cobra pelas sacolas desde 2002. A venda daqueles sacos pretos de lixo (mais danosos ao ambiente porque mais energia é gasta para fazê-los) subiu 400%.
Uma sugestão era que as sacolinhas fossem trocadas por sacos de papel -o plástico demora mais de cem anos para se decompor, e o papel, cerca de seis meses-, que são ruins para pôr lixo, pois molham e podem rasgar.
Para Alexandre Maduro-Abreu, especialista em desenvolvimento sustentável da UnB (Universidade de Brasília), "diminuir impacto ambiental é bom", mas as sacolas viraram bode expiatório. "São um grão de areia na praia, mais importante é o que você carrega nelas.
Para substituir as sacolas plásticas, há as biodegradáveis, feitas a partir de amido de milho, que se decompõem em poucos meses, mas a demanda pode aumentar o preço do alimento.
Existem as sacolas oxibiodegradáveis (com metal na composição), mas estudos indicam que elas não desaparecem por completo.
Uma alternativa é aumentar a reciclagem das sacolas. Por serem impermeáveis, elas ajudam a entupir a rede de esgoto e causam danos à vida marinha.


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