São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

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Zona do euro registra 0,2% de crescimento no 4º trimestre

Resultado é melhor do que o de Japão (-0,3%) e Reino Unido (-0,5%)

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A economia da zona do euro sofreu bastante com o inverno, mas conseguiu registrar um crescimento, ainda que mínimo -0,2% sobre o trimestre anterior.
Os dados são do conjunto dos 16 países que até dezembro do ano passado adotavam a moeda comum -no mês passado, a Estônia tornou-se o 17º integrante.
Não dá para soltar foguetes, mas é um resultado melhor que o apresentado pelo Japão e pelo Reino Unido, cujas economias encolheram no quarto trimestre (-0,3% e -0,5%, respectivamente).
Os dados também mostram que não houve grande contágio das chamadas economias periféricas, como Grécia, Portugal, Irlanda e até Espanha, cujos problemas de caixa ainda ameaçam a existência do euro.
Dessas, a Grécia é a que apresenta piores indicadores. O PIB (Produto Inter- no Bruto) encolheu 1,4% no quarto trimestre ante o trimestre anterior. Na comparação com 2009, a que- da é de 6,6%.
O próprio banco central grego prevê nova contração, uma vez que o país adotou medidas para cortes de gastos públicos e vive em meio a greves quase diárias.
Ontem, parou o setor de transporte, que em dezembro também fez greves que prejudicaram as vendas de Natal.
Portugal, outro que cortou salários, benefícios e elevou impostos, também encolheu (-0,3%). Os dados da Irlanda ainda não saíram.
A Espanha, apesar das medidas de austeridade, conseguiu ficar no azul: crescimento de 0,2% no trimestre e de 0,6% na comparação com o final de 2009.

DUAS VELOCIDADES
O inverno rigoroso afetou principalmente a Alemanha, que teve queda no setor de construção civil. Mas o país continua a ser o motor da Europa, principalmente por causa das exportações.
Na comparação entre o quarto trimestre de 2010 e igual período de 2009, a economia alemã cresceu 4%.
Os outros países que apresentam crescimento acima de 2% são exatamente Áustria (2,7%) e Holanda (2,4%), que se beneficiam da performance do país vizinho.
A França, segunda maior economia da Europa, não conseguiu alavancar seu crescimento, mesmo com a corrida às lojas para comprar carros no final do ano devido a uma redução de impostos.
Segundo a ministra da Economia da França, Christine Lagarde, a onda de greves em outubro contra a elevação na idade da aposentadoria acabou por afetar o crescimento, que ficou em 0,3% no quarto trimestre.


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