São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Produzir soja transgênica custa mais em MT

Produzir soja transgênica na safra 2010/11 está mais caro do que o cultivo da convencional em Mato Grosso.
Dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) apontam que o plantio de soja transgênica está em R$ 1.544 por hectare em Campo Verde, na região sudeste do Estado.
A área de menor custo de produção é a do centro-sul, onde os gastos com soja convencional estão em R$ 1.403 em Diamantino.
Os dados de Sorriso, município do médio norte e líder de produção em Mato Grosso, indicam que o produtor vai gastar R$ 1.426 para o cultivo com soja convencional.
Essa diferença poderia ser maior ainda não fosse a dificuldade que os produtores da região têm para encontrar semente convencional, o que tem elevado os custos desse insumo em 13% neste ano.
Produtores reclamam que são obrigados a fazer "compras casadas": só levam a semente convencional se levarem também a transgênica.
Na avaliação do Imea, os custos com defensivos estão um pouco mais brandos nesta safra do que na anterior. Mesmo assim, continuam pesando no bolso. Em Campo Verde, os defensivos somam 21% dos custos totais. Em Sorriso vão a 17%.
Os fertilizantes, após a disparada de 2008, recuaram de preço e os valores pagos neste ano são praticamente os mesmos dos do ano passado.
Na região sudeste do Estado, o gasto médio por hectare será de R$ 405, próximo dos R$ 392 previstos para Sorriso.

Surpresa A Abiec, entidade que reúne as indústrias de carne bovina do país, diz estar surpresa com o vídeo do Ministério Público que faz relação entre a carne brasileira e o desmatamento.

Reuniões A entidade esteve no Pará e em Mato Grosso em reuniões com o Ministério Público para ajudar na elaboração de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que contemplasse as partes envolvidas.

Responsabilidade O vídeo do ministério induz o consumidor a acreditar que todo o setor é responsável pelo desmatamento no Brasil, na avaliação da Abiec. Segundo a entidade, o vídeo pode ainda prejudicar o Brasil no exterior.

Tudo a perder Essa campanha irresponsável do Ministério Público põe a perder toda a campanha que a Abiec conseguiu nos últimos anos a favor da carne brasileira, diz Luciano Vacari, da Acrimat (entidade que reúne pecuaristas de MT).

Pouca oferta A pouca oferta de feijão vem sustentando os preços do produto nas lavouras do país. Analistas do setor acreditam que essa queda na oferta possa elevar a saca do carioca a R$ 190 nos próximos meses.

No campo Pesquisa da Folha registra a alta dos preços do feijão. A saca do produto já chega a R$ 165 no campo. Na média, os preços estão em R$ 148,67 por saca.

Com KARLA DOMINGUES



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