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Azul vai comprar turboélices na Europa
Companhia prepara anúncio de uma grande encomenda de ATRs
Ideia é ligar cidades de média densidade a Campinas, de onde saem rotas operadas com jatos da Embraer
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
A Azul anuncia na próxima semana uma encomenda
de aviões turboélices da ATR,
fabricante europeu que faz
parte do grupo EADS.
A Azul pretende usar os
aviões, de 68 lugares, para
complementar a sua frota de
jatos Embraer.
A ideia é conectar cidades
de média densidade, como
Bauru e Ribeirão Preto, por
exemplo, com Campinas, de
onde parte a maioria dos
voos da companhia.
A decisão da Azul de comprar aviões de outro fabricante surpreendeu analistas.
Quando a empresa surgiu,
no final de 2008, especulava-se que em pouco tempo a empresa iria complementar sua
frota de Embraer com os
aviões de maior porte da Airbus ou da Boeing.
Com os ATRs, a empresa
fundada por David Neeleman entra no mercado da
Trip, maior companhia regional do país e que também
opera ATRs e Embraer.
Com uma frota de 18 jatos
da família 190/195, a Azul detém 5,43% do mercado doméstico, contra 2% da Trip.
A Folha apurou que a Azul
deve encomendar de 15 a 20
ATRs modelo 72-600. Trata-se do mais moderno turboélice da fabricante, com entrada em operação prevista para
o segundo semestre de 2011.
Os detalhes da encomenda serão anunciados na terça-feira, durante a feira de
aviação de Farnborough, no
Reino Unido.
Segundo a Folha apurou,
a companhia optou pelo
ART, em vez do Embraer 170,
de capacidade similar, por
uma questão de custo.
Cada ATR 72-600 custa
US$ 20 milhões, ante
US$ 33,4 milhões do Embraer
170. O consumo de combustível do ATR, para rotas inferiores a 500 km, é um terço
menor. Em rotas mais longas, o jato é mais vantajoso.
Além disso, o motor turboélice permite pousar em
pistas curtas, enquanto o jato
demanda condições melhores dos aeroportos.
A Folha apurou na Azul
que o plano de frota para os
jatos 190/195 da Embraer não
mudou e que a empresa está
antecipando encomendas.
"O ATR faz sentido para a
Azul. As cidades médias brasileiras estão crescendo muito e demandando transporte
aéreo", diz o consultor Paulo
Sampaio, da Multiplan.
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