São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011

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Google compra Motorola e desafia Apple

Ao adquirir divisão Mobility, empresa vai ficar ainda com 17 mil patentes ligadas à tecnologia de celulares

Negócio, com valor de US$ 12,5 bi, precisa ser confirmado pelas autoridades da área de defesa da concorrência

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Na sua jogada mais ambiciosa até hoje, o Google anunciou a compra da Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões, em um negócio que vai colocá-lo para competir diretamente com a Apple no mercado de smartphones.
A aquisição precisa ser confirmada pelas autoridades. Concretizada, será a maior já feita pelo Google.
Em 2008, ele comprou o DoubleClick (de publicidade on-line) por US$ 3,2 bilhões e, dois anos antes, o YouTube, por US$ 1,7 bilhão.
Pelo negócio, o Google paga 63% mais pela ação da Motorola em relação ao preço do papel na sexta passada.
Com a aquisição, a empresa se tornará uma fabricante de smartphones, e não somente do sistema operacional, em que hoje é líder.
O Android, o software do Google, tinha 43% do mercado global de smartphones no segundo trimestre de 2011, ante 17% um ano antes.
O confronto direto com a Apple e seu iPhone não é o único interesse da companhia com a Motorola.
Ela também garante 17 mil patentes ligadas à tecnologia de celular (e mais 7.000 a caminho), importante nesse momento em que crescem os processos judiciais no setor.
"A nossa aquisição da Motorola vai aumentar a competição ao aumentar o portfólio de patentes do Google, o que vai nos permitir proteger melhor o Android das ameaças anticompetição de Microsoft, Apple e outras companhias", afirmou Larry Page, presidente-executivo desde abril.
No entanto, há dúvidas sobre o negócio, pois o Google será responsável por lidar com estoques e fornecedores e comandar fábricas, e não somente produzir software.
As investidas anteriores não foram bem-sucedidas.
Em 2010, ele fechou a loja on-line do Nexus, o primeiro telefone com a marca Google, e também abortou o plano de um laptop próprio, optando por parcerias com empresas como Acer e Samsung.
Page, no entanto, tentou reduzir as preocupações, afirmando que o plano é que as operações da Motorola sejam um negócio separado. "Eles têm competência lá."
A outra dúvida é como vão reagir os demais fabricantes que usam o sistema Android.
Ontem, empresas como Sony Ericsson, LG e HTC elogiaram o negócio e o comprometimento da companhia "em defender o Google e seus parceiros" -em uma referência às disputas de patentes.
Analistas dizem que é possível que essas empresas criem mais aparelhos que operem o sistema da Microsoft, como uma forma de se defender caso o Google dê exclusividade para a Motorola.

FOLHA.com
Jornalista da Folha comenta aquisição da Motorola pelo Google
www.folha.com/no959959


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