São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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commodities

Eike vende siderúrgica para argentinos

PEDRO SOARES
DO RIO

Empresa de logística do empresário Eike Batista, a LLX anunciou ontem a venda da Siderúrgica Norte Fluminense para a Ternium.
A empresa desenvolve o projeto para a construção de uma usina no porto do Açu (RJ), com capacidade de produção de 5,6 milhões de toneladas de aço.
Não foi revelado o valor do negócio nem o investimento necessário para erguer a nova siderúrgica. O setor estima que uma siderúrgica desse porte consuma investimentos de cerca de R$ 10 bilhões.
No começo deste ano, o grupo de Eike já havia fechado um acordo semelhante com a chinesa Wisco para a construção de outra usina na área contígua ao porto, cuja capacidade inicial será de 5 milhões de toneladas de aço por ano.
Controlada pelo conglomerado argentino Techint, a Ternium tem participação minoritária de 14% da brasileira Usiminas.
No acordo, a Ternium contratou ainda a LLX como prestadora exclusiva de serviços portuários. Foram firmados dois contratos de longo prazo: um deles para o embarque de aço para o exterior, e outro para o desembarque de carvão -insumo siderúrgico do qual o país é dependente de importações.

LICENÇA AMBIENTAL
Já na área de petróleo, a LLX anunciou ainda a obtenção de licença de instalação de unidade de tratamento de óleo que funcionará também na área do porto do Açu.
Trata-se da segunda etapa do processo de licenciamento ambiental -a empresa já possuía a licença prévia.
A partir de agora, a companhia já tem o aval dos órgãos ambientais do Estado do Rio para iniciar as obras, previstas para o primeiro trimestre de 2011. A conclusão deve ocorrer até o final de 2012.
A ideia da LLX é ser uma prestadora de serviços na área de petróleo. Na unidade, o produto será beneficiado com a separação de água e sal -atividade muitas vezes realizada nas próprias plataformas de produção de petróleo.
O empreendimento terá capacidade para tratar 1,2 milhão de barris de óleo por dia e conta ainda com áreas para estocagem.
A unidade receberá o petróleo a ser produzido pela OGX, petroleira do mesmo grupo, e de outras empresas.
A LLX já tem memorandos de entendimento assinados com Shell, Chevron -que já produzem na bacia de Campos- e outras empresas.

CARROS ELÉTRICOS
Eike anunciou ontem que investirá cerca de US$ 1 bilhão (R$ 1,73 bilhão) para construir uma fábrica de carros elétricos no Brasil, com capital nacional e tecnologia europeia e japonesa.
A montadora, a ser instalada no porto do Açu, começará produzindo 100 mil veículos por ano e colocará as primeiras unidades no mercado em 2014. O empresário afirmou que procurará o BNDES em busca de financiamento.
O fato de a unidade ser construída no porto do Açu, diz, permitirá redução de US$ 200 por automóvel. O empresário já teve experiência malsucedida no setor automotivo, com a extinta JPX.


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