São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Safra mundial de trigo sobe e preços recuam

O Brasil produziu menos trigo neste ano e exportou mais. As importações devem aumentar e os produtores poderão obter melhores preços internos, principalmente se o dólar mantiver a tendência de alta em relação ao real.
Mas os preços externos podem não permitir uma boa aceleração. O trigo é uma das poucas commodities cujos preços atuais de negociação são inferiores aos do mesmo período do ano passado.
As negociações de ontem na Bolsa de Chicago indicaram US$ 6,96 por bushel (27,2 quilos), 4% abaixo dos valores de negociação de setembro de 2010. O mercado futuro da Bolsa não indica, no entanto, preços inferiores ao atuais para 2012. Ao contrário, os negociadores apontam valores acima de US$ 7.
A perda atual de preço do cereal no mercado futuro é reflexo do bom desempenho da safra em alguns dos principais países exportadores, como Canadá e Austrália.
Os dados mais recentes do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam safra mundial de 678 milhões de toneladas. O governo australiano, cuja safra vinha sendo prejudicada por secas recentemente, agora espera produção de 26 milhões de toneladas, com as exportações superando 20 milhões em 2011/12.
Já o Canadá também refez as contas e a produção deve ficar em 24 milhões. Até a União Europeia, que vinha com sérios problemas climáticos nos últimos anos, deverá chegar a 136 milhões de toneladas em 2011/12.
Os produtores brasileiros, com dificuldade de colocar o produto internamente, exportaram 2,34 milhões de toneladas de janeiro a agosto, 105% mais do que o 1,14 milhão de toneladas de igual período de 2010. Já as importações, que somaram 3,8 milhões de toneladas nos oito primeiros meses, recuaram 15% em relação às do ano anterior.

Abaixo As compras de alimentos deste mês estão menores do que se esperava, segundo Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Segundo ele, esperava-se um volume de compras maior após as famílias retornarem das férias.

Da mão para a boca Essa redução de compras ocorre também em produtos básicos, como feijão e arroz. Na avaliação dele, os consumidores devem ter saído das férias com um grau maior de endividamento e fazem compras parceladas.

No campo A desaceleração das compras, que provoca diminuição da reposição de mercadorias nos supermercados, chegou ao campo. Mesmo produtos que tiveram quebra de safra, como o feijão, têm cotações estáveis, diz Brandalizze. Isso reduz a renda dos produtores.

Queda As commodities recuaram ontem nos mercados de Nova York e de Chicago. A maior queda (3,2%) foi para o milho. Austrália A safra de inverno atinge 41 milhões de toneladas em 2011/12, com queda de 2% ante a anterior. Cevada e sorgo caíram e o trigo se manteve estável. Já o algodão, com alta de 27%, foi um dos destaques na produção.

Área Os dados são da Abare (órgão do governo), que registrou 22,6 milhões de hectares semeados, 3% mais do que em 2010/11.

DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Nova York

Açúcar
(cent. de US$)* 29,50
Algodão
(cent. de US$)* 110,62

*por libra-peso

Mercado interno

Feijão
(R$ por saca) 119,33
Arroz
(R$ por saca) 23,48


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