São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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Falta coragem ao país para enfrentar importados, diz Skaf

De volta à Fiesp, empresário diz que setor industrial teme explosão do deficit comercial em manufaturados

Federação estima que deficit comercial em manufaturados pode atingir, até o fim do ano, o recorde de US$ 74 bi

CLAUDIA ROLLI
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

De volta ao comando da Fiesp, após derrota eleitoral, Paulo Skaf, presidente da maior federação industrial do país, afirma que o governo é "lento demais" e que lhe falta "coragem" para encarar o problema das importações que afeta a competitividade da indústria nacional.
O deficit comercial em produtos manufaturados alcançou US$ 44 bilhões entre janeiro e agosto deste ano e pode bater em US$ 73,5 bilhões em 2010, um recorde, segundo projeção da federação.
"O governo tem de ter instrumentos de defesa comercial que possam ser usados com agilidade. Não defendemos o protecionismo nem somos contra importações regulares. Mas a competição tem de ser em condições de igualdade. A Fiesp é contra práticas desleais de comércio", afirma o empresário.
"Quando há indícios de prática de "dumping", de subfaturamento, de produtos piratas, é preciso agir depressa. Se esperar para comprovar tudo, aí passa um ano e o estrago está feito."
Em carta enviada ao ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento e Indústria), a Fiesp pede para "aumentar a fiscalização das importações com indícios de ilegalidade", mais recursos ao Departamento de Defesa Comercial e agilidade na adoção de medidas "provisórias e definitivas" contra o problema.
A saída para resolver a questão da falta de competitividade, segundo diz Skaf, é tirar as reformas estruturais do papel "ainda no primeiro semestre de 2011" -principal tarefa do novo ou da nova presidente.
"É preciso promover as reformas trabalhista, tributária e política, além de acabar com essa cultura de juros. A questão dos gastos públicos também preocupa e merece atenção. Não podemos ter gasto público sempre acima do crescimento do PIB e da inflação porque uma hora o problema se agrava."


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