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Falta coragem ao país para enfrentar importados, diz Skaf
De volta à Fiesp, empresário diz que setor industrial teme explosão do deficit comercial em manufaturados
Federação estima que deficit comercial em manufaturados pode atingir, até o fim do ano, o recorde de US$ 74 bi
CLAUDIA ROLLI
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
De volta ao comando da
Fiesp, após derrota eleitoral,
Paulo Skaf, presidente da
maior federação industrial
do país, afirma que o governo é "lento demais" e que lhe
falta "coragem" para encarar
o problema das importações
que afeta a competitividade
da indústria nacional.
O deficit comercial em produtos manufaturados alcançou US$ 44 bilhões entre janeiro e agosto deste ano e pode bater em US$ 73,5 bilhões
em 2010, um recorde, segundo projeção da federação.
"O governo tem de ter instrumentos de defesa comercial que possam ser usados
com agilidade. Não defendemos o protecionismo nem somos contra importações regulares. Mas a competição
tem de ser em condições de
igualdade. A Fiesp é contra
práticas desleais de comércio", afirma o empresário.
"Quando há indícios de
prática de "dumping", de subfaturamento, de produtos piratas, é preciso agir depressa.
Se esperar para comprovar
tudo, aí passa um ano e o estrago está feito."
Em carta enviada ao ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento e Indústria), a
Fiesp pede para "aumentar a
fiscalização das importações
com indícios de ilegalidade",
mais recursos ao Departamento de Defesa Comercial e
agilidade na adoção de medidas "provisórias e definitivas" contra o problema.
A saída para resolver a
questão da falta de competitividade, segundo diz Skaf, é
tirar as reformas estruturais
do papel "ainda no primeiro
semestre de 2011" -principal
tarefa do novo ou da nova
presidente.
"É preciso promover as reformas trabalhista, tributária
e política, além de acabar
com essa cultura de juros. A
questão dos gastos públicos
também preocupa e merece
atenção. Não podemos ter
gasto público sempre acima
do crescimento do PIB e da
inflação porque uma hora o
problema se agrava."
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