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BC dos EUA promete mais intervenção
Compra de títulos visa aumentar a liquidez do mercado, para estimular o crédito e a recuperação econômica
Presidente do Fed não
revela detalhes sobre
a magnitude e o ritmo
de quaisquer novas
aquisições de papéis
SEWELL CHAN
DO "NEW YORK TIMES", EM BOSTON
Ben Bernanke, presidente
do Federal Reserve (Fed, o BC
dos EUA), removeu ontem
quaisquer dúvidas que ainda
persistiam quanto às próximas ações da instituição para fortalecer a morna recuperação econômica do país.
O impacto mais provável
da retomada da vasta aquisição de títulos da dívida pública, medida cujo objetivo é
reduzir as taxas de juros de
longo prazo, se estenderia
para bem além dos EUA.
Ao contribuir para a queda
do dólar, complicaria a já
grave disputa cambial, que
ameaça perturbar as relações
mundiais de comércio, e, segundo alguns economistas,
colocaria mais pressão sobre
mercados emergentes -provável destino do excesso de
dinheiro nos EUA.
Para a maioria dos americanos, isso provavelmente
significará queda ainda
maior nas taxas de juros hipotecários. As medidas não
ajudariam os poupadores, já
que os rendimentos dos certificados de depósitos e títulos
de poupança também provavelmente cairiam.
Mas o Fed crê que tornar o
crédito ainda mais barato encoraje empresas e consumidores a tomar empréstimos e
gastar, aliviando a situação
dos desempregados.
Em discurso durante conferência econômica em Boston, Bernanke disse que "medidas heterodoxas têm custos e limitações que precisam
ser considerados". Mas sugeriu que o Fed estava preparado para administrar os riscos
de novas aquisições em larga
escala desses títulos.
"Uma desvantagem da
aquisição de ativos, se comparada à política monetária
convencional, é que temos
muito menos experiência na
avaliação dos efeitos, o que
faz da determinação do volume e do ritmo corretos de
compras, e da comunicação
dessa resposta ao público,
um sério desafio", disse.
Os comentários de Bernanke sugerem fortemente
que o Comitê Federal de
Open Market, responsável
pela política monetária, deverá tomar novas medidas
em sua próxima reunião, nos
dias 2 e 3 de novembro.
BALANÇO
O balanço do Fed quase
triplicou (para cerca de US$
2,3 trilhões), desde a crise financeira de 2008. A maior
parte pode ser atribuída à
aquisição de US$ 1,7 trilhão
em títulos lastreados por hipotecas e papeis do Tesouro.
Para decepção de alguns
analistas de Wall Street, Bernanke não revelou detalhes
sobre a magnitude e o ritmo
de quaisquer novas aquisições de títulos da dívida.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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