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Rio de Janeiro contesta regras da capitalização da Petrobras
Para governo, contrato firmado com a União é inconstitucional
CIRILO JUNIOR
DO RIO
O governo do Rio de Janeiro entrou com ação no STF
(Supremo Tribunal Federal)
contestando regras da lei de
capitalização da Petrobras.
Com a ação direta de inconstitucionalidade, o Estado quer manter a cobrança
das chamadas "participações especiais sobre a futura
produção" das áreas cedidas
pelo governo à estatal na cessão onerosa, que totalizam 5
bilhões de barris e foram avaliadas em R$ 72 bilhões.
A alegação é que a retirada
do pagamento de participações especiais é inconstitucional. O contrato firmado
entre a União e a Petrobras
para a capitalização não estipula a cobrança das participações especiais sobre a futura produção.
O tributo está previsto nos
contratos de concessão, segundo a Lei do Petróleo,
aprovada em 1997. O contrato entre governo e Petrobras
é feito nos moldes dos contratos de partilha, conforme
a proposta de lei para a exploração do pré-sal, que ainda está sendo discutida no
Congresso.
A contestação do Rio envolve os reservatórios de
Franco, Tupi Sul, Florim, Tupi Nordeste, Guará e Iara. A
área de Peroba será utilizada
caso a produção das outras
não atinja 5 bilhões de barris.
A participação especial é
uma compensação financeira extraordinária cobrada sobre campos com grande volume de produção ou com alta rentabilidade. Incide sobre
a receita bruta do campo e
pode chegar a 40% do total.
Em todos os campos, há a
incidência de royalties sobre
a produção, que variam de
5% a 10% sobre a receita.
No ano passado, a arrecadação com participações especiais foi de R$ 8,4 bilhões.
Metade desse valor -R$ 4,4
bilhões- ficou com a União.
Seis Estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas, Bahia, Rio Grande do
Norte e Sergipe) ficaram com
R$ 3,3 bilhões. Para os municípios, sobraram R$ 845 mil.
O Rio de Janeiro, que concentra na bacia de Campos os
grandes campos produtores
do país, ficou com 80% do total destinado aos Estados.
A arrecadação com participações especiais significou,
para o Estado, pouco menos
do dobro dos royalties, que
levaram R$ 1,7 bilhão aos cofres fluminenses em 2009.
O barril de petróleo mais
caro fez com que a arrecadação subisse em 2010. De janeiro a outubro, foram pagos
R$ 9,3 bilhões em participações especiais. O governo federal abocanhou R$ 4,6 bilhões, e o Rio de Janeiro ficou
com R$ 3,5 bilhões.
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