São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Decisão vai retardar ainda mais investimentos no Brasil

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

A manutenção do subsídio ao álcool nos Estados Unidos não tem grande importância para o mercado brasileiro no curto prazo.
A demanda brasileira por álcool cresce constantemente devido ao aumento da frota flex e o país não consegue nem manter estoques suficientes para uma estabilização de mercado.
É o que ocorreu neste ano. A moagem de cana ficou abaixo do que se previa, as usinas anteciparam a alta nos preços do álcool e os consumidores vão optar mais cedo pela gasolina.
O problema é a distorção que esses subsídios norte-americanos provocam no mercado mundial. E, por isso, o Brasil deve insistir para que acabem.
Graças a esses subsídios, os EUA passaram de importadores a exportadores de álcool, inclusive para o Brasil. Já o Brasil, com oferta menor e câmbio desfavorável, praticamente não exportará álcool carburante neste ano.
O lado positivo é que a própria sociedade norte-americana, principalmente as indústrias que utilizam subprodutos de milho, está contra a prorrogação dos subsídios. Ou seja, ela pode estar com os dias contados e não ocorrer novamente.
Mas há um ponto muito ruim para o Brasil nessa decisão norte-americana de prorrogar os subsídios: retardará ainda mais os investimentos no setor, tanto os das usinas como os de infraestrutura, como o alcooduto e portos de saídas do produto.
Além disso, a distorção dos subsídios norte-americanos retarda a criação do álcool-commodity.


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