São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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Serviços e tarifa pública vão puxar a inflação

Aluguel, empregados domésticos, lazer e energia serão os vilões neste ano

Segundo especialistas, IPCA sofrerá com mais pressões de demanda e deve superar teto da meta oficial, de 6,5%

PEDRO SOARES
DO RIO

Em 2010, os vilões da inflação foram os alimentos. Em 2011, serão os serviços, impulsionados pelo aquecimento da economia, e os preços administrados e as tarifas públicas, corrigidos pelos índices mais altos do ano passado, segundo especialistas.
Nessa última lista, estão incluídos os reajustes da energia elétrica.
Entre as tarifas, os ônibus urbanos já subiram com base na inflação mais elevada de 2010, sendo os principais responsáveis pela aceleração do IPCA em janeiro.
O índice, referência para a meta do governo, fechou em 0,83%, a maior taxa para o mês de janeiro desde 2003.
O IPCA acumulado em 12 meses também subiu e bateu em 5,99% em janeiro. Caminha, segundo analistas, para possivelmente superar, em meados do ano, o teto da meta oficial, de 6,5%.
Para Laura Haralyi, analista do Itaú Unibanco, a inflação segue pressionada e deve fechar 2011 com taxa próxima aos 5,9% de 2010, mas "com um perfil muito pior".
Isso porque, diz, o IPCA "carregará a inflação mais alta" do ano passado e sofrerá mais com pressões de demanda, e não apenas com a alta sazonal dos alimentos.
A economista prevê peso maior dos serviços -lazer, despesas pessoais, empregado doméstico, aluguel e outros- na composição da inflação, ao lado dos preços administrados.
A consultoria LCA diz que há resistência nos preços das commodities no mercado internacional, que já afeta o atacado e pode chegar aos índices ao consumidor.
Os preços agrícolas no atacado se mantêm pressionados, com altas de 1,27% em janeiro e de 27,02% em 12 meses, segundo a FGV.
Para este mês, a LCA projeta alta de 0,90% no IPCA.


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