São Paulo, sábado, 17 de julho de 2010

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Portugueses negam a venda da Vivo à Telefónica

Portugal Telecom pede mais prazo até encontrar alternativa à Vivo, que responde por 46% de sua receita

DE SÃO PAULO

Os espanhóis venceram a Copa e perderam a disputa pela Vivo. Ontem, a PT (Portugal Telecom) disse que não tem como decidir a venda de sua participação na Vivo à Telefónica no prazo dado pelos espanhóis.
Por isso, decidiu negar a oferta da companhia espanhola mantendo a parceria com a Telefónica na Vivo. Mas a PT sinalizou que continua aberta à negociação, caso os espanhóis mantenham a proposta por mais tempo.
A Telefónica diz ter chegado ao limite e pode recorrer a uma corte de arbitragem para a dissolução da parceria com a PT na Vivo. Ambas são sócias com 30% de participação na companhia.
Com a arbitragem, a Telefónica pretende desfazer a sociedade e, depois, comprar ações da Vivo até atingir o seu controle (50% mais uma ação). Há chances de que essa estratégia dê errado, obrigando as duas empresas a negociarem novamente.
O imbróglio começou em maio, quando a Telefónica ofereceu 5,7 bilhões pela parcela da PT na Vivo. A proposta passou para 6,5 bilhões e, às vésperas da votação pelos acionistas da PT, subiu para 7,15 bilhões.
Em 30 de junho, 74% dos acionistas da PT decidiram-se pela venda da Vivo, mas o governo impediu o negócio usando sua "golden share" (ação com poder de veto).
O uso desse tipo de ação foi julgado na semana seguinte pela Corte Suprema da União Europeia e, por isso, a Telefónica decidiu estender o prazo de sua proposta pela Vivo até ontem.
Representantes das duas empresas afirmam que o governo português vetou porque não quer abrir mão da Vivo, que representa 46% das receitas da PT, sem encontrar uma alternativa.
A fusão com a Oi seria uma possibilidade levantada pelo governo português. Os acionistas propuseram vender a Vivo e, depois da fusão da Vivo com a Telefônica (fixa), a PT entraria como sócia na nova empresa.
O governo não aceitou e está sendo ameaçado de processo pelos minoritários.
(JULIO WIZIACK)

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