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Criação de vagas formais no ano é recorde
Entre janeiro e agosto, foi criado 1,95 milhão de postos de trabalho
Resultado de 2010 supera o de igual período de 2008, que era recorde da série iniciada em 1991
THAIS BILENKY
DE BRASÍLIA
Com as 289 mil vagas criadas em agosto, o mercado
formal já acumula 1,95 milhão de novos postos de trabalho neste ano, superando
o mesmo período de 2008,
antigo recorde da série histórica, iniciada em 1991.
Os dados do Ministério do
Trabalho mostram que, em 6
dos 8 primeiros meses deste
ano, os índices de geração de
emprego no mercado formal
foram recordes para o período. Isso só não aconteceu nos
meses de junho e julho.
O ministro Carlos Lupi
(Trabalho) diz que o Caged,
divulgado ontem, é o "melhor termômetro" da economia. Especialista em mercado de trabalho, Anselmo
Santos, da Unicamp, acredita que o ministro esteja correto, porém conjunturalmente.
Para Santos, a sustentabilidade dos resultados observados nos últimos anos- de
forte crescimento- depende
de uma melhora na qualificação profissional.
"Nós já estamos atrasados", diz. Isso porque o retorno do investimento em educação, incipiente em sua visão, não é rápido.
O resultado de agosto é
23,7% superior ao recorde
anterior para o mês, registrado em 2009. O setor de serviços alavancou o crescimento
-gerou 128 mil empregos
com carteira assinada.
O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, afirma que as altas taxas de contratação nesse segmento implicam uma mão de
obra temporária e, em sua
maioria, não qualificada.
Fábio Romão, analista da
LCA Consultoria, acredita
que o resultado é um sinal de
amadurecimento da economia brasileira e similar ao padrão observado nos Estados
Unidos.
O ministro Carlos Lupi prevê novo recorde neste mês.
Depois disso, a temporada de
resultados históricos se encerra, na avaliação de Bacciotti. O Nordeste é a segunda região que mais gerou
postos (69 mil), mas, em termos relativos, é a líder, com
expansão de 1,32% em comparação com julho.
O especialista da Unicamp, explica que a migração de indústrias leves, como
a têxtil e de alimentos, para o
Nordeste colabora com a redução da desigualdade socioeconômica.
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