São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2011

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Crise na Bolsa reforça apelo das empresas com bons dividendos

Estratégia é alternativa para manter as aplicações em ações

DE SÃO PAULO

Os investidores com aplicação em ações têm procurado conforto ante o desastre da Bolsa nesses últimos dois anos mirando um grupo seleto de papéis: as ações de empresas boas pagadoras de dividendos.
São chamadas de dividendos as parcelas do lucro que as companhias pagam aos acionistas periodicamente. Nos últimos 12 meses (até setembro), mais de R$ 130 milhões foram resgatados dos fundos de ações (entre saques e aplicações).
Mas na família dos fundos com ênfase na remuneração por dividendos ainda resta um saldo positivo de quase R$ 300 milhões. É possível identificar alguns traços comuns entre empresas com esse perfil: são companhias com desempenho razoavelmente previsível e já consolidadas em seus respectivos setores de atuação.
Sem a necessidade de reverter grandes somas para investimentos, elas conseguem devolver boa parte dos lucros para os acionistas. Por esses e outros motivos, costumam ser menos instáveis -sobem menos quando a Bolsa dispara, perdem menos quando o mercado derrete- e colocam dinheiro no bolso do investidor mesmo em cenários adversos.
"As expectativas para os resultados das empresas ainda são positivas. Não faz sentido a Bolsa brasileira estar com o pior desempenho do mundo", comenta Wagner Salaverry, sócio-diretor da Geração Futuro.
Investidores encontram nas ações de dividendos uma maneira de permanecer na renda variável.
"Não só sentimos isso [maior demanda] em 2011 como sugerimos isso [boas pagadoras de dividendos]", afirma Cida Souza, da Itaú Corretora.
A carteira de dividendos do banco subiu cerca de 8% no acumulado do ano até setembro. No mesmo período, o Ibovespa caiu 24,5%. Já o Idividendos, índice da Bolsa para as boas pagadoras de dividendos, subiu 0,36% em igual comparação.
Além da forte queda dos mercados, pesam a favor dessas ações a perspectiva de redução de juros e a pressão inflacionária. A primeira porque torna a rentabilidade do dividendo, que é isento de IR, mais atrativa em relação a da renda fixa.
A segunda porque, em geral, essas ações estão ligadas a setores em que os contratos são reajustados pela inflação, como as empresas do setor elétrico.
(GABRIEL BALDOCCHI E EPAMINONDAS NETO)


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