São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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Alta de commodities eleva previsões de superavit comercial

Números anteriores são revistos por especialistas; novas projeções indicam que saldo pode chegar até a US$ 28 bi

Além do maior ganho com as exportações, país se beneficiará de preços mais baixos dos produtos que importa

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Preços de commodities em alta têm levado economistas a fazer revisões significativas em suas projeções para o saldo da balança comercial.
Há casos de reajustes recentes de mais de 100% em relação aos superavit que eram esperados para 2011.
Com isso, as novas projeções indicam valor das exportações entre US$ 15 bilhões e quase US$ 30 bilhões superior ao das importações neste ano.
A média do mercado, de acordo com o relatório Focus do Banco Central, ainda espera saldo comercial menor, de US$ 10 bilhões.
Mas esse número também tem sido gradualmente ajustado para cima, tendência que deverá ser mantida.
A balança comercial brasileira encerrou 2010 com saldo positivo de US$ 25,3 bilhões. No ano passado, as expectativas médias feitas para 2011 chegaram a ficar abaixo de US$ 4 bilhões.
A manutenção dos preços elevados das commodities é a principal causa das previsões mais otimistas para o saldo comercial deste ano.
Darwin Dib, economista do Itaú Unibanco, lembra que o Brasil também continua se beneficiando de preços mais baixos dos produtos que importa, como bens de capital, em consequência do ritmo ainda fraco de atividade nos países desenvolvidos.
Com isso, recentemente o banco revisou, de US$ 7 bilhões para US$ 15 bilhões, sua projeção para o superavit comercial deste ano.

EFEITO CHINA
André Sacconato, economista da consultoria Tendências, diz que a forte demanda da China por minério de ferro -principal produto de exportação do Brasil- tem contribuído de forma significativa para o bom desempenho da balança comercial no início deste ano.
A Tendências já tinha uma projeção elevada para o superavit da balança comercial neste ano. Ainda assim, ajustou o número para cima em janeiro, de US$ 18 bilhões para US$ 28 bilhões.
O Bradesco -que também já era mais otimista que a média do mercado em relação ao saldo de 2011- aumentou sua projeção em dezembro passado, de US$ 14 bilhões para US$ 17,2 bilhões.
O economista Paulo Miguel, sócio da Quest Investimentos, diz que a expectativa de crescimento menor do volume de importações (devido à demanda doméstica mais fraca) também tem contribuído para as revisões do saldo comercial.
A Quest vai aumentar sua projeção para o superavit comercial de US$ 8 bilhões para cerca de US$ 20 bilhões.
O esperado volume menor de importações poderá ajudar a amortecer as revisões para baixo nas projeções do crescimento da economia brasileira em 2011.
Embora a média do mercado ainda espere expansão de 4,5% da economia neste ano, há analistas que já apostam em número inferior a 4%.


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