São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2011

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FINANÇAS PESSOAIS

MÁRCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Lições que o contribuinte deve aprender com a declaração do IR

Quem ainda não entregou a declaração do IR deste ano terá de fazê-lo até o dia 29 deste mês, prestando contas à Receita de todas as suas transações financeiras.
Que tal aproveitar essa obrigação e fazer dela uma oportunidade para dirigir um olhar sobre suas finanças?
A declaração é uma fotografia do quadro resultante das decisões que tomamos em relação ao dinheiro que passa pelas nossas mãos.
Ela resume, de forma muito clara e contundente, as decisões tomadas durante o último ano que passou: quanto ganhei, quanto gastei, o que tenho, o que devo.

GANHOS
Todo o dinheiro recebido no ano, qualquer que tenha sido a natureza, é reportado nas respectivas fichas.
Rendimentos tributáveis: salários, bonificações salariais e aluguéis, por exemplo.
Rendimentos tributáveis só na fonte: 13º salário, juros recebidos de aplicações financeiras e ganho de capital obtido na venda de ativos mobiliários e imobiliários.
Rendimentos isentos: dividendos recebidos de participações acionárias, rendimentos da poupança e de outras modalidades de investimentos também isentas.
Surpreso com a soma? Esse foi o total de dinheiro que passou por suas mãos. O que você fez com ele? A declaração vai ajudá-lo a recordar.

GASTOS
Uma boa parte dos pagamentos feitos durante o ano é reportada aqui. Alguns são dedutíveis na apuração do imposto a pagar. Outros são meramente informativos e ajudam o fisco a verificar se a parte que recebeu a renda declarou como devia.
Há despesas, dedutíveis até determinado limite, com dependentes e com educação, por exemplo.
As despesas com saúde são ilimitadas, desde que comprovadas. Os pagamentos de juros e amortizações de empréstimos, os pagamentos do imposto ao longo do ano, entre outros, serão também registrados.
E aí, gastou muito? A destinação dos recursos foi planejada ou os gastos foram acontecendo sem que você se desse conta?

PATRIMÔNIO
Na ficha Bens e Direitos você declara os ativos que passaram a integrar seu patrimônio por conta de sua decisão de poupar. Imóveis, veículos, investimentos, previdência privada, entre outros. Aqui você registra as decisões que agregaram valor a seu patrimônio.

DÍVIDAS
A ficha Dívidas e Ônus Reais abre espaço para você registrar o saldo devedor perante bancos, financeiras, pessoas jurídicas e pessoas físicas em geral.
Verifique se essa dívida está relacionada a um item na ficha Bens e Direitos.
A não entrada de ativos no seu patrimônio pode significar que você está tomando empréstimo para consumo puro. Cuidado!

RESULTADO
No final das contas, a Receita quer saber duas coisas:
1) O valor do IR devido.
Compensa o imposto retido na fonte pagadora para calcular se há imposto a cobrar ou restituição a pagar.
2) Sua variação patrimonial. Quanto você tinha no último dia de 2010 em relação ao que tinha em 2009. Só para conferir se você tem renda e rendimentos para justificar o que comprou.
Simples, não é mesmo?
Faça da declaração do IR um instrumento de análise de suas finanças.
Aproveite para validar suas decisões, analise se você está construindo uma situação financeira e patrimonial coerente com seus objetivos, e faça ações corretivas caso perceba que nem todas estão alinhadas com seu planejamento familiar.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.


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