O número de operações de fusões e aquisições que deram entrada para análise nos órgãos de defesa da concorrência brasileiros cresceu 55% no primeiro semestre.
De acordo com dados do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, foram apresentadas 326 operações nos primeiros seis meses do ano.
O que motivou o aumento foram o reaquecimento da economia brasileira e a liquidez internacional.
"Os preços de algumas empresas cotadas em Bolsa, que estão mais baixos que em 2007, e o aumento da concorrência, que leva as companhias brasileiras a se posicionarem melhor, motivaram o crescimento das operações", afirma Antonio Henrique Silveira, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
A expectativa é que o número de operações bata recorde neste ano, atingindo 650 negócios. O recorde anterior era de 2008, quando 618 operações deram entrada.
Os principais setores que tiveram as operações analisadas no semestre foram o da tecnologia da informação, com participação de 30%, o setor elétrico, com 21%, e o sucroalcooleiro, com 15%.
"O setor de TI é relativamente pulverizado. Está em um processo de consolidação cada vez maior", afirma.
Segundo a lei, as operações em que um dos grupos envolvidos tenha faturamento anual no país de R$ 400 milhões ou detenha participação de ao menos 20% do mercado devem ser apresentadas às autoridades.

DR. CRÉDITO
"As empresas se vendem mal para o mercado financeiro." Essa é a afirmação do ex-presidente da Coface, seguradora de crédito, Fernando Blanco, que lança em agosto o IDCC (Instituto para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito).
A situação do tomador de crédito no Brasil é complicada, segundo Blanco. "Com os juros pagos pelo BC, os bancos não se sentem forçados a conceder empréstimos. Além disso, o empresário vai tomar crédito de forma errada, sem transmitir segurança para a instituição financeira", diz.
O objetivo do instituto é fazer parcerias com empresas e entidades para disseminar uma cultura de crédito no país. As empresas precisam dar mais atenção à parte financeira para conseguir crédito barato, mostrando ao banco fluxo de caixa e plano de negócios, segundo Blanco. "Tem de mostrar transparência à instituição financeira para transmitir segurança e ter poder de barganha."

Quantidade de livrarias no país é insuficiente, diz pesquisa

O número de livrarias no Brasil está abaixo do recomendado pela Unesco, apesar de ter crescido 10% nos últimos três anos, segundo levantamento da ANL (associação de livrarias).
Hoje, há uma livraria para cada 64 mil habitantes no país, no total de 2.980 lojas. O número indicado pela Unesco é de uma unidade para cada 10 mil habitantes.
A região mais bem servida é a Sul, seguida por Sudeste, Nordeste, Norte, Centro-Oeste e o Distrito Federal.
"As livrarias no Brasil não conseguem competir com as grandes redes, a internet e os supermercados, que vendem com valores muitos baixos", afirma Vitor Tavares, presidente da ANL.
Os dados são do Diagnóstico do Setor Livreiro de 2009, que será divulgado dia 27.

O QUE ESTOU LENDO

Mastrangelo Reino - 14.out.09/Folhapress

A leitura de Milú Villela é "Pós-Guerra - Uma história da Europa desde 1945" (Ed. Objetiva). "Nas mais de 800 páginas desse trabalho brilhante, o leitor encontrará a reconstituição da trajetória da Europa desde a vitória dos aliados na Segunda Grande Guerra. A formação da social-democracia e do Estado provedor (hoje em xeque) é narrada com sabor por Tony Judt. Fatos políticos e econômicos se misturam ao contexto cultural e comportamental da Europa que emergiu das cinzas, oferecendo um monumental panorama do velho continente após a derrocada do regime nazista. Fundamental para compreender os desafios econômicos e geopolíticos da atualidade."

Quando menos... Os ventos mudaram: os sinais de desaceleração começaram a se acumular com a perda do ímpeto de indicadores, como vendas de varejo e produção industrial, segundo Denis Blum, economista sênior da Bradesco Corretora. "Configura-se um cenário bastante favorável às vésperas da transição governamental", afirma Blum, em relatório a clientes.

...pode ser mais "O ritmo moderado de crescimento e inflação permitirá estabilidade nos juros, conferindo aos mercados a calma desejada no período de mudança. Como nos últimos anos, a incerteza estará lá fora", afirma Blum.

Visita O especialista em investimentos no mercado de capitais Alexander Elder, que virou best-seller no Brasil com o livro "Como se Transformar em um Operador e Investidor de Sucesso" (editora Campus-Elsevier), estará em São Paulo, em setembro, para participar da 50ª Expo Money.

CAIXEIRO VIAJANTE

Héctor Núñez, presidente do Walmart Brasil

Nos últimos três meses, o presidente do Walmart Brasil esteve seis vezes nos Estados Unidos. Héctor Núñez visita com frequência os escritórios da companhia em Miami e em Bentonville.
Em junho, esteve com cerca de 200 funcionários da filial brasileira na reunião anual de acionistas. Há cerca de um mês, Núñez foi a San Francisco para receber o prêmio C.K. Prahalad de Liderança Global em Sustentabilidade, concedido pelo Corporate Eco Forum.
A empresa foi escolhida pelo seu modelo de gestão em sustentabilidade.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES

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