São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2010

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Ministro vê barril mais perto
de US$ 10

Márcio Zimmermann, de Minas e Energia, diz que meta do governo é "maximizar valor das reservas" do pré-sal

Preço dos barris que a União dará à Petrobras deve sair na próxima semana; mercado vê entre US$ 5 e US$ 6

João Laet - 30.jun.10/Ag. O Dia
Funcionário em plataforma da Petrobras no campo de Tupi, na bacia de Santos

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse à Folha que o barril de petróleo de áreas com características semelhantes às do pré-sal vale entre US$ 5 e US$ 10. É uma indicação de que deve ficar nesse intervalo de preço o valor a ser fixado nas reservas que a União usará na capitalização da Petrobras.
Zimmermann disse ainda que o objetivo do governo é "maximizar o valor das reservas, já que elas são um bem da União", sinalizando que o preço ficará mais próximo de US$ 10 do que de US$ 5.
Segundo ele, o governo buscará o "preço justo", a ser definido na próxima semana em reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
Em seguida, o valor será encaminhado ao presidente Lula, a quem caberá dar a palavra final nas negociações entre governo e Petrobras.
Lula e sua equipe, em conversas reservadas, já manifestaram posição contrária a fixar entre US$ 5 e US$ 6 o preço do barril do petróleo das reservas que a União irá entregar à Petrobras como sua parte no aumento de capital da estatal. Consideram baixo o valor, citado por analistas de mercado.
Amanhã, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) deve entregar ao Ministério de Minas e Energia o resultado dos estudos encomendados a uma certificadora sobre o valor e o volume das reservas que o governo usará na capitalização da Petrobras.
Apesar dos receios da área política, que recomenda adiar a operação por conta do período eleitoral, a área técnica e a estatal seguem com a intenção de fazer a capitalização até o final do mês de setembro.
Pelo cronograma, União e Petrobras devem assinar o contrato de cessão onerosa de até 5 bilhões de barris de petróleo.
Em seguida, no início de setembro, a empresa e os bancos contratados farão "road show" para a apresentação da operação nos mercados brasileiro e mundial.

MANTER OU ADIAR
Segundo a Folha apurou, Lula ainda analisa se realmente manterá a operação no prazo estabelecido por sua equipe.
Além da polêmica em torno do preço dos barris da União, o petista teme que a operação traga impactos negativos para Dilma Rousseff, sua candidata.
Por enquanto, porém, ele não deu orientação para suspender o processo.
O governo já decidiu que usará todos os 5 bilhões de barris de reservas da União para bancar sua parte na capitalização da empresa, aprovada no Congresso. A União poderia optar por um valor menor.
A União detém 32% do capital total da Petrobras e, além de manter o percentual, deseja até o final da operação elevar essa parcela comprando direitos de acionistas minoritários que decidam não participar do processo.


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