São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2011

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ANÁLISE

Exportação de serviços tem espaço para rápido crescimento

RICARDO SENNES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nos últimos anos, o comércio internacional de serviços cresceu mais rapidamente do que o de bens. Em 2004, o comércio de serviços movimentou 25% do valor do comércio de bens. Em 2009, essa proporção subiu para 29%.
No Brasil, as exportações de bens geram cerca de US$ 200 bilhões; as de serviços, cerca de US$ 30 bilhões, ou seja, estas representam apenas 15% (média de 2008/2010) daquelas.
As exportações de serviços do país crescem desde 2004 a taxas superiores à taxa média mundial, demonstrando um enorme potencial a ser aproveitado.
Exportar serviços tem várias implicações positivas. Por sua própria natureza, essa atividade tende a ser intensiva em mão de obra, em particular a qualificada.
Ao mesmo tempo, serviços tendem também a estar associados à tecnologia, seja na forma de exportação (como no caso de serviços em TI e telecom) seja na sua produção (engenharia, design, consultoria especializada etc.).
Ao contrário das exportações de commodities, a exportação de serviços demanda poucos investimentos em logística -gargalo evidente no Brasil- e não gera pressão sobre o ambiente. Parte importante dos serviços é exportada via cabos -serviços audiovisuais, financeiros, de comunicação etc.
Com apenas três empresas entre as 225 maiores do setor, e pouco mais de 1% do mercado mundial, o Brasil não é ator relevante em âmbito global, embora o seja no mercado latino-americano.
Neste momento de forte questionamento da capacidade de competição internacional de parte importante do parque industrial brasileiro, apostar no incremento das exportações de serviços, principalmente nos segmentos onde o Brasil já é bem posicionado, é certamente uma estratégia a ser considerada.

RICARDO SENNES é economista, doutor em relações internacionais e sócio da Prospectiva Consultoria.



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