São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2011

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Embaixada montou ação para a Embraer superar concorrentes

DE BRASÍLIA

A Embaixada do Brasil em Washington montou uma ação conjunta com uma empresa de relações públicas contratada pela Embraer para promover os aviões Super Tucano nos anos 1990.
A Embraer tentava vender aviões para um programa de treinamento dos EUA, orçado à época em US$ 7,2 bilhões e batizado de JPats.
"Estou coordenando com a referida empresa programa de visitas a algumas daquelas autoridades durante as próximas semanas para reforçar a divulgação da imagem do Brasil", afirmou o então embaixador em Washington Paulo Tarso Flecha de Lima, em telegrama confidencial encaminhado ao Itamaraty em maio de 1995.
Em parceria com o serviço de lobby contratado pela Embraer, Flecha de Lima atuou intensamente com as autoridades do Executivo e do Legislativo dos EUA para neutralizar uma campanha contra a empresa brasileira.
O embaixador se reuniu com parlamentares e conseguiu a promessa de interferência do governador da Flórida a favor da Embraer. O Brasil perdeu a disputa.
Apesar do resultado, telegrama relata que o presidente da Embraer ligou para agradecer o empenho e os esforços "em defesa dos interesses da empresa na concorrência".
O contencioso entre a Embraer e a canadense Bombardier também foi tema de mensagens entre o Itamaraty e seus postos no exterior. A embaixada em Washington acompanhou de perto os desdobramentos da disputa que durou mais de dez anos e as estratégias da empresa nacional pelos créditos à exportação de aviões civis.
A diretora de Comunicação da Embraer, Flávia Sekles, considera a gestão do Itamaraty "uma ferramenta a mais no arsenal para abrir novos mercados". Ela afirma que o litígio com a Bombardier era uma disputa "Brasil x Canadá" e, por isso, a diplomacia brasileira atuou até as duas empresas firmarem um acordo, em 2007. (RV e FO)



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