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Governo articula consórcios do trem-bala
Hoje, apenas o grupo liderado por empresas da Coreia do Sul está pronto para entregar propostas até o dia 29
Em reunião entre Dilma e integrantes do atual governo, foi descartado adiar o maior leilão
dos oitos anos de Lula
DIMMI AMORA
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
A 12 dias do maior leilão
dos oito anos de governo Lula, o de concessão do trem-bala ligando Campinas-São
Paulo-Rio de Janeiro, o governo articula com multinacionais e construtoras brasileiras consórcios para a disputa da licitação.
O objetivo do governo é
que haja pelo menos dois
grupos disputando o ativo,
cujo investimento atinge
R$ 33,1 bilhões. Mas o tempo
é curto: a entrega das propostas está marcada para o próximo dia 29.
Mais de 15 empresas procuraram escritórios de advocacia e consultorias demonstrando interesse no leilão.
A Folha apurou, no entanto, que hoje apenas o consórcio liderado por empresas da
Coreia do Sul está pronto para a disputa. Com isso, há o
risco de que apenas ele apresente proposta, o que poderia levar a não haver redução
na tarifa máxima, de R$ 199.
Esse modelo repete em
parte o que aconteceu no leilão da usina de Belo Monte,
quando o governo agiu para
garantir a concorrência.
O presidente da ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo
Figueiredo, e a coordenadora
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior, são os encarregados de montar novas associações. Mas a Folha apurou que, apesar do curto prazo, alguns dos principais investidores ainda não foram procurados para participar.
No caso do trem-bala, é
preciso que empresas que detenham a tecnologia de construção e operação do equipamento liderem os grupos.
Apenas o Japão, a China, a
França, a Itália, o Canadá e a
Espanha possuem capacidade tecnológica para produzir
o trem, além dos coreanos.
O sócio do escritório de advocacia Emerenciano, Baggio e Associados, Robertson
Emerenciano, que tem clientes interessados em investir
no trem-bala brasileiro, diz
que os investidores ainda estão incertos sobre a disputa.
Segundo ele, há um clima
de indecisão com relação a
alguns itens do edital, especialmente no que diz respeito
à transferência de tecnologia
e também com relação ao
preço da tarifa.
"Teremos praticamente
apenas dez dias para fecharmos as parcerias, enquanto
em Belo Monte essa rodada
de negociações durou pelo
menos 45 dias", disse ele.
ADIAMENTO
Numa reunião na segunda-feira entre a presidente
eleita, Dilma Rousseff, e integrantes da área de transportes do governo, o adiamento
do leilão do TAV (Trem de Alta Velocidade) foi colocado
em pauta, mas descartado.
Várias empresas estão solicitando adiamento, alegando que tiveram pouco tempo
para se preparar porque o governo demorou a divulgar os
dados de subsídio dos juros
do financiamento público
por causa da eleição.
A maior dificuldade dos
interessados é conseguir as
autorizações dos detentores
de tecnologia, já que ela terá
que ser repassada ao Brasil.
Além disso, os estudos não
estão aprofundados o suficiente para garantir que o
projeto terá rentabilidade para se pagar.
Colaborou NATUZA NERY, de Brasília
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