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Indústria quer compensação a câmbio
Para evitar entrada excessiva de dólares de curto prazo, empresário pede período mínimo a capital estrangeiro
Mantega descarta novas medidas; enxurrada de dólar enfraquece moeda americana e deixa o real ainda mais valorizado
MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA
No dia da sua posse como
novo presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de
Andrade elogiou as medidas
adotadas para conter a valorização excessiva do real,
mas as considerou insuficientes.
Mesmo afirmando que o
governo está no caminho certo, ele pediu uma atuação
ainda mais incisiva e apresentou possibilidades de
atuação do governo no câmbio. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a hipótese de novidades
"neste momento".
Uma das propostas da indústria é a possibilidade de
quarentena para a entrada
de capital estrangeiro.
Isso significa instituir um
período mínimo de permanência nos país do investidor
que entrasse no mercado financeiro, com o intuito de
evitar a enxurrada de recursos de curto prazo, majoritariamente especulativos.
Andrade também citou a
adoção da cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras de estrangeiros no país. Ele defendeu
ainda o direcionamento de
parte do investimento estrangeiro direto para a produção voltada à exportação.
"Seria estimular que a entrada desse investimento não
busque apenas o mercado interno, mas também as exportações, que ficariam mais
competitivas", disse.
MEDIDAS EFICAZES
Contudo, Mantega descartou a hipótese de fazer novas
mudanças no atual momento. "A gente vai continuar
avaliando. Não vejo a necessidade de novas medidas
nesse momento. Não é bom
ficar mexendo toda hora no
câmbio, então vamos deixar
ele se acomodar", afirmou o
ministro, sem rechaçar a hipótese de novidades no futuro caso o real volte a se valorizar em excesso.
"As medidas que temos tomado são eficazes e o real é
uma das moedas que menos
têm se valorizado ante o dólar. Portanto nossas medidas
estão dando certo", disse
Mantega.
No mês passado, houve o
aumento para 6% da alíquota do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) incidente em investimentos estrangeiros em renda fixa e na
margem de segurança no
mercado futuro.
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