São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Indústria quer compensação a câmbio

Para evitar entrada excessiva de dólares de curto prazo, empresário pede período mínimo a capital estrangeiro

Mantega descarta novas medidas; enxurrada de dólar enfraquece moeda americana e deixa o real ainda mais valorizado

MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA

No dia da sua posse como novo presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade elogiou as medidas adotadas para conter a valorização excessiva do real, mas as considerou insuficientes.
Mesmo afirmando que o governo está no caminho certo, ele pediu uma atuação ainda mais incisiva e apresentou possibilidades de atuação do governo no câmbio. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a hipótese de novidades "neste momento".
Uma das propostas da indústria é a possibilidade de quarentena para a entrada de capital estrangeiro.
Isso significa instituir um período mínimo de permanência nos país do investidor que entrasse no mercado financeiro, com o intuito de evitar a enxurrada de recursos de curto prazo, majoritariamente especulativos.
Andrade também citou a adoção da cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras de estrangeiros no país. Ele defendeu ainda o direcionamento de parte do investimento estrangeiro direto para a produção voltada à exportação.
"Seria estimular que a entrada desse investimento não busque apenas o mercado interno, mas também as exportações, que ficariam mais competitivas", disse.

MEDIDAS EFICAZES
Contudo, Mantega descartou a hipótese de fazer novas mudanças no atual momento. "A gente vai continuar avaliando. Não vejo a necessidade de novas medidas nesse momento. Não é bom ficar mexendo toda hora no câmbio, então vamos deixar ele se acomodar", afirmou o ministro, sem rechaçar a hipótese de novidades no futuro caso o real volte a se valorizar em excesso.
"As medidas que temos tomado são eficazes e o real é uma das moedas que menos têm se valorizado ante o dólar. Portanto nossas medidas estão dando certo", disse Mantega.
No mês passado, houve o aumento para 6% da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incidente em investimentos estrangeiros em renda fixa e na margem de segurança no mercado futuro.


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