São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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FOCO

Acusado de fraudar banco francês diz que direção sabia de esquema

DE SÃO PAULO

Jérôme Kerviel, o ex-operador de mercado que é acusado de ter realizado operações fraudulentas que causaram prejuízo de €4,9 bilhões ao Société Générale, disse que era uma "pequena peça da engrenagem" e que a direção do banco sabia de suas operações, e as encobria.
"Meus chefes se beneficiaram de mim quando estavam negociando seus bônus. Eles se vangloriavam sobre como meus resultados melhoravam e que, por isso, poderiam exigir mais dinheiro. E, hoje, eles afirmam que não sabiam de nada", disse à revista alemã "Der Spiegel".
Ele afirmou que o banco, "impressionado" com os seus resultados, desativou os sistemas de alerta, que avisavam quando um investidor operava acima do seu limite diário. "Se quisesse, eu poderia ter investido até €100 bilhões em um único dia."
Pela acusação de fraude, Kerviel, 33, foi condenado, no mês passado, a cinco anos de prisão pela Justiça francesa -ele recorre em liberdade.
Vai ter ainda que devolver os €4,9 bilhões ao Société Générale, onde trabalhou de 2000 a 2008, quando foi descoberto o prejuízo bilionário provocado por ele.
Com o salário atual de €2.300 mensais como consultor de informática, Kerviel vai precisar de quase 180 mil anos para pagar o banco. Disse que o tribunal estava tentando proteger o banco e a comunidade financeira de Paris e que, para isso, ele precisava ser "abatido".
"Eu não ganhei um centavo no processo [com as operações]. Não enriqueci nem cometi nenhuma fraude. Eu só queria ser um bom funcionário que gerasse a maior quantidade de lucro para o seu empregador."


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