São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

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Acesso pago não afeta o tráfego em sites de jornais

Projeto analisou dados de um grupo de periódicos pequenos e médios dos EUA

JEREMY W. PETERS
DO "NEW YORK TIMES"

Jornais de todo o mundo vêm se questionando sobre o que aconteceria caso cobrassem pelo acesso a seus artigos on-line, e algumas respostas começam a surgir.
O projeto Journalism Online, de Steven Brill, que desenvolveu um sistema que permite aos jornais cobrar pelo acesso de seus visitantes on-line mais regulares, constatou que, em média, a receita publicitária e o volume de tráfego dos sites não caíram significativamente.
A dimensão da amostra era pequena -cerca de duas dúzias de jornais, em geral pequenos e médios, que há meses cobram pelo acesso de leitores aos seus sites- e, por isso, é difícil discernir um possível padrão para jornais de maior porte.
Mas as constatações iniciais demonstram que os jornais conseguiram sucesso com o modelo de impor um limite conservador para o número de artigos que seus leitores podem ler gratuitamente a cada mês e ao deixar claro que a maioria dos visitantes não seria afetada. O Journalism Online informou que o número de visitas mensais aos sites caiu de zero a 7%, e o número de páginas visitadas caiu entre zero e 20%. Nenhum dos jornais participantes reportou queda em sua receita publicitária.
Ao contrário de um sistema rígido de acesso pago -que requer assinatura para que o usuário veja qualquer porção do conteúdo editorial-, um modelo como o do Journalism Online não bloqueia parcela considerável do tráfego de um site.
"Se os jornais adotarem critérios cautelosos para a imposição de barreiras, elas são irrelevantes para 85%, 90% ou 95% das pessoas que visitam um site", disse Brill.
L. Gordon Crovitz, antigo diretor editorial do "Wall Street Journal" que está ajudando a dirigir o projeto, disse que uma lição é a de que os leitores estão dispostos a pagar por certas formas de conteúdo on-line.
Os consumidores "se dispõem a pagar pelas marcas noticiosas em que realmente confiam, se as usam bastante", disse Crovitz.
Os participantes do projeto têm foco em notícias locais e incluem o "Columbus Dispatch", do Mississippi, e o "York Daily Record", da Pensilvânia.
Com a exceção do "Wall Street Journal", os sites dos grandes jornais dos Estados Unidos até o momento se mantêm gratuitos.
O "New York Times" se tornará o maior jornal americano a oferecer assinatura em seu site, ainda neste semestre, quando pretende começar a cobrar pelo acesso dos usuários mais frequentes.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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