São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 |
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commodities China eleva crédito a emergentes para ter acesso a petróleo Nos dois últimos anos, país emprestou US$ 110 bi, ante US$ 100,3 bi de créditos concedidos pelo Banco Mundial Chineses oferecem termos mais favoráveis para certas operações que sejam de especial interesse do governo DO "FINANCIAL TIMES" A China emprestou mais dinheiro que o Bird (Banco Mundial) aos países em desenvolvimento, nos dois últimos anos, o que indica os esforços para garantir acesso a recursos naturais. O Banco de Desenvolvimento da China e o Banco de Exportação e Importação da China assinaram contratos para empréstimo de pelo menos US$ 110 bilhões a governos e empresas de países em desenvolvimento, em 2009 e 2010, de acordo com pesquisas do "Financial Times". As divisões equivalentes do Bird assinaram empréstimos da ordem de US$ 100,3 bilhões entre a metade de 2008 e a metade de 2010, o que representa um recorde para a instituição. Os acordos chineses incluem grandes contratos de empréstimo em troca de petróleo, assinados com Rússia, Venezuela e Brasil, bem como empréstimos a uma companhia indiana para a aquisição de equipamentos de geração de energia e ferrovias na Argentina. Em 2009, a China emprestou US$ 10 bilhões à Petrobras. O pagamento é feito via exportação de petróleo. O Bird procura maneiras de cooperar com Pequim a fim de evitar uma escalada na concorrência por contratos de empréstimo. "Um dos tópicos que temos discutido com os chineses é de que maneira poderíamos trabalhar com elas a fim de trocar experiências e estender apoio a outros países em desenvolvimento", disse Robert Zoellick, presidente do Bird, em 2010. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS Os dois bancos chineses oferecem termos mais favoráveis que os do Bird e outras instituições para certas operações que Pequim favorece especialmente. Mas os termos são mais próximos aos padrões internacionais quando as transações são menos delicadas em termos políticos. O fluxo de crédito chinês a países produtores de petróleo já causou ansiedade nos EUA em termos de segurança das fontes de energia. Para Erica Downs, especialista em assuntos chineses da Brookings Institution, o impacto tem aspectos positivos e negativos. "O padrão dos empréstimos do Banco de Desenvolvimento da China [ao setor de energia] indica que as instituições chinesas provavelmente se atêm mais às políticas econômicas eficientes dos países beneficiários, o que não reduz o petróleo disponível para os EUA." "Por outro lado, esses empréstimos reforçam a posição de regimes antiamericanos na América Latina." O Banco de Desenvolvimento da China e o Banco de Exportação e Importação da China não publicam dados e não comentaram o assunto. O Bird disse que recebe de modo positivo "uma parceria importante e crescente". As estatísticas foram coletadas com base em anúncios públicos dos bancos, dos beneficiários dos empréstimos ou do governo chinês. Pequim também vem utilizando empréstimos internacionais das duas instituições a fim de acelerar seu esforço para internacionalizar mais a moeda chinesa. Por exemplo, metade do empréstimo de US$ 20 bilhões concedido à Venezuela está em yuan e deve ser usado para adquirir bens e equipamentos chineses. Tradução de PAULO MIGLIACCI Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Barril beira US$ 100 e Opep aumenta produção Índice | Comunicar Erros |
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