São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

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Tragédia no Rio movimenta empresas

Companhias de vários setores fazem doações e campanhas de arrecadação para desabrigados por enchentes

Grupos dizem que as ações são percebidas de forma positiva pelos consumidores, o que agrega valor às marcas

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Empresas de diversos setores têm se mobilizado para ajudar as vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro, seja com doações institucionais ou pela organização de campanhas de arrecadação.
O site de compras coletivas Peixe Urbano lançou, na sexta passada à meia-noite, a campanha "Peixe do Bem", em que os mais de 5 milhões de usuários cadastrados podem adquirir cupons de doação no valor de R$ 10.
A compra pode ser feita na internet, no endereço www.peixeurbano.com.
Pela iniciativa -que recebeu críticas na web-, já haviam sido vendidos, até ontem à tarde, mais de 11.600 cupons, o equivalente a uma arrecadação superior a R$ 116 mil em apenas quatro dias.
A campanha vai até a próxima sexta-feira, 21, e o site se compromete a repassar o valor integral arrecadado -arcando, portanto, com todos os custos de transferência- à ONG Move Rio.
"Já fizemos campanhas similares de apoio a iniciativas de educação. Temos consciência de que, pelo formato do nosso negócio, podemos mobilizar um grande número de pessoas em pouco tempo", diz Leticia Leite, diretora de comunicação.

LIBERAÇÃO DE SEGUROS
No segmento bancário, o Santander montou dois postos nas agências de Teresópolis e Nova Friburgo para agilizar a liberação dos valores de seguro contra desmoronamentos, tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas, como pousadas.
No ramo da construção, a Cyrela organizou uma campanha interna de doações que deve durar pelo menos três meses.
A empresa se comprometeu a dobrar o valor arrecadado pelos 4.000 funcionários de São Paulo para destinar ao Rio.
No varejo, o Grupo Pão de Açúcar instalou postos de coleta de doações nas 330 lojas do Rio de Janeiro e da Grande SP e se responsabilizou pela entrega dos produtos no Rio.
Na aviação, a TAM se dispôs a transportar gratuitamente, até a capital fluminense, donativos que chegam de outros Estados.
E, no setor de alimentação, dez lojas da rede Outback do RJ e Vitória vão reverter às vítimas das enchentes a renda obtida, no próximo dia 20, com a venda de um dos pratos mais populares do cardápio -uma costelinha de porco no valor de R$ 39,90.
"Temos uma cultura de envolvimento com a comunidade que vem desde a matriz, nos EUA", diz Carolina Correia, diretora de marketing da rede. "Mas com certeza o consumidor percebe e valoriza isso", completa.
André Galiano, sócio-diretor da BrandAnalytics, consultoria em gestão de marcas, diz que ações sociais ajudam a criar um "elo emocional favorável" entre o consumidor e a marca. Mas destaca que é preciso que as iniciativas sejam "genuínas".
"Caso contrário, elas podem produzir uma imagem negativa da marca", alerta Galiano. "Hoje, com mais facilidade de comunicação, em redes sociais por exemplo, o consumidor percebe rapidamente se uma iniciativa é ou não autêntica."


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