São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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BNDES paga 28% mais por ação da JBS e põe fim a debêntures

Títulos serão trocados por ações da empresa pelo preço de R$ 7,04, ante R$ 5,48 na Bovespa

Participação do BNDES na empresa subirá, o que irrita acionistas minoritários; papéis despencaram ontem

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

O BNDES aceitou pagar R$ 7,04 pelas ações da JBS, maior produtora de carnes do mundo, valor 28% maior do que o preço de fechamento de ontem, de R$ 5,48.
A transação é o desfecho de uma operação que começou em 2009, com o empréstimo de R$ 3,4 bilhões do BNDES para a companhia comprar a processadora de frangos americana Pilgrim's Pride. Na ocasião, a JBS pagou o BNDES com debêntures conversíveis em ações.
Depois de ter acenado com diferentes possíveis desfechos para a operação, ontem a JBS anunciou que emitirá R$ 3,48 bilhões em novas ações, que serão trocadas pelas debêntures. Por isso, quase a totalidade dos novos papéis deve ser adquirida pela BNDESPar (empresa de participações do BNDES).
Para um analista de mercado, que não quis ser identificado, mais uma vez o BNDES ajudou a JBS.
A operação resultará em aumento de participação acionária do BNDES na JBS, de 17% para 31%. A FB Participações, da família Batista, perderá o controle da companhia, com a sua participação caindo de 54% para 47%. Os acionistas minoritários também serão diluídos, de 17% para 15% de participação.
Os investidores reagiram mal ao anúncio, pelo fato de os minoritários saírem da operação com uma fatia menor na empresa. As ações da JBS encerraram o pregão em queda de 5,03% ontem.

PREÇO
O preço de R$ 7,04 por ação foi definido com base em uma média ponderada dos 100 pregões anteriores a 31 de dezembro de 2010.
"A data foi definida para retirar o impacto que a incerteza sobre o caso das debêntures trouxe às ações da empresa", disse o presidente da JBS, Wesley Batista. Só neste ano, os papéis caíram 21%.
Batista disse que a empresa alterou novamente os planos sobre a conclusão da operação (veja histórico ao lado) para acabar com o período de incertezas da JBS e reduzir futuras despesas financeiras -debêntures preveem pagamento de juros.
No primeiro trimestre deste ano, a empresa teve uma despesa financeira de R$ 351 milhões e a dívida bruta ficou em R$ 15 bilhões.
Com a operação, a JBS melhora sua estrutura de capital, pois as debêntures (títulos de dívida) serão trocadas por ações, aumentando o patrimônio líquido.
A empresa também promove um "rebalanceamento" de sua dívida. A JBS está em fase final de processo para captar US$ 2,2 bilhões nos EUA. O objetivo é "trocar" parte da dívida da empresa no Brasil por dívida nos EUA, o que geraria economia com impostos e pagamento de juros. "Vamos ganhar cerca de US$ 150 milhões na última linha do balanço", disse Batista, referindo-se ao lucro.


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