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Eletrobras vai devolver R$ 3,5 bi aos consumidores industriais
Estatal reservou esse montante em seu caixa para fazer a restituição; Petrobras é credora
É preciso ir à Justiça para cobrar crédito gerado por empréstimo compulsório recolhido entre 1987 e 1993
PEDRO SOARES
DO RIO
A Eletrobras reservou em
seu caixa R$ 3,5 bilhões para
restituir a consumidores industriais que recolheram um
empréstimo compulsório entre 1987 a 1993.
O crédito foi gerado pelo
desconto de um terço do valor das contas de energia e
destinado aos cofres do governo naquele período.
Advogados estimam que
150 mil consumidores têm direito à restituição, mas apenas 12 mil já ingressaram na
Justiça para reaver o valor.
Principal credora da Eletrobras nesse contencioso, a
também estatal Petrobras está nessa maioria que não entrou na Justiça até agora. Outras indústrias, como a CSN,
já recorreram aos tribunais.
"A maioria das grandes
consumidoras já reclamou,
menos a Petrobras, que tem
um crédito de mais de R$ 500
milhões. O governo não tem
interesse numa disputa entre
duas estatais", disse Vicente
Tedesco, presidente da Abracompeel (Associação Brasileira dos Consumidores de
Energia Elétrica).
O compulsório incidia em
contas com consumo igual
ou superior a 2.000 KWh
mensais, o equivalente hoje
a cerca de R$ 500. Por isso,
têm direito à restituição também pequenas indústrias.
Segundo Tedesco, as
ações estão praticamente ganhas. É que o STJ (Superior
Tribunal de Justiça) proferiu
em 2009 um "recurso repetitivo" após várias decisões favoráveis aos consumidores,
pelo qual vincula as demais
manifestações daquela corte
e de tribunais inferiores a essa jurisprudência.
A Eletrobras, por meio de
acordo, prevê o pagamento
de parte do valor com ações
emitidas em 2005, mas Tedesco diz que a correção monetária proposta é desvantajosa para os consumidores.
Para Ricardo Yunes Cestari, advogado da Machado Advogados, o melhor é ir à Justiça e pleitear a correção de 6%
ao ano acima da inflação
-prevista na época do recolhimento do compulsório.
A Eletrobras diz que os
R$ 3,5 bilhões serão quitados
"na medida em que as decisões judiciais forem transitando em julgado". A Petrobras afirmou que ainda avalia a questão, mas que seus
"direitos serão preservados".
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