São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Fundos de índices vão ficar mais acessíveis

Lote mínimo de cotas cairá de cem para dez

DE SÃO PAULO

Popular lá fora, o investimento em ETFs -fundos com cotas vendidas em Bolsa- ainda engatinha no país.
Para impulsionar a aplicação, a BM&FBovespa vai reduzir o lote mínimo de cotas negociadas de cem para dez.
Segundo o diretor de renda variável da BM&FBovespa, Julio Ziegelmann, a mudança deve ser adotada provavelmente em agosto.
Os ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds) são fundos passivos, cuja carteira de investimento reproduz fielmente a composição de um índice de ações. Sua rentabilidade, portanto, está atrelada à do indicador.
Considerado uma forma prática e barata de diversificar investimentos, o ETF tem como principal desvantagem no Brasil a baixa liquidez das cotas. É esse problema que a BM&FBovespa quer reduzir.
Há sete ETFs negociados na Bovespa atualmente. O mais popular acompanha o rendimento do Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro.
O valor das cotas negociadas oscila. De acordo com o fechamento da última sexta-feira, o investimento mínimo para aplicação em ETF variava de R$ 1.849 (Índice Imobiliário) a R$ 6.185 (Ibovespa).
Se já valesse a nova regra, o intervalo estaria entre R$ 184,90 e R$ 618,50.
"Queremos atrair pessoas físicas para os ETFs. Nos EUA, 50% dos que investem são pessoas físicas. Aqui, são 23%", diz Ziegelmann.
Enquanto nas Bolsas de Nova York e do México as transações com ETFs correspondem a cerca de 30% do volume de negócios, no Brasil, em junho, esses negócios somaram apenas R$ 515,53 milhões, 0,42% de todo o giro da Bovespa.

VANTAGENS
Para o educador financeiro Mauro Calil, o ETF permite diversificar investimentos mesmo com poucos recursos. Em vez de comprar ações de uma empresa, o investidor aplica ao mesmo tempo em todas as que compõem um índice.
Outro atrativo é a taxa de administração, que não passa de 0,69% ao ano. Em fundos de ações, as taxas costumam variar de 2% a 4%.
Isso acontece porque, como o ETF segue fielmente a composição de um índice, não é necessário remunerar um gestor para administrar a carteira de investimentos.
Por outro lado, ressalta Calil, a negociação de ETF implica cobrança de taxas de corretagem, custódia, emolumento e liquidação.
"A única taxa que nem sempre é cobrada é a de custódia. Isso depende da corretora. Se a taxa for muito alta, investir em ETF pode ficar mais caro que em fundos."
Apesar da baixa liquidez da maioria dos ETFs, Ziegelmann afirma que não há risco de o investidor não conseguir vender suas cotas.
No caso dos seis ETFs geridos pela BlackRock, o Citibank atua como formador de mercado, dando ordens de compra e venda diárias.
Já o ETF atrelado ao índice IBrX-50 (das 50 ações mais negociadas na Bovespa), gerido pelo Itaú, é o segundo mais líquido da Bolsa.
O principal problema da baixa liquidez, segundo Calil, é que ela provoca diferença entre os valores de compra e venda das cotas, que chega a 1% nos ETFs menos líquidos. (MS)


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