|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundos de índices vão ficar mais acessíveis
Lote mínimo de cotas
cairá de cem para dez
DE SÃO PAULO
Popular lá fora, o investimento em ETFs -fundos
com cotas vendidas em Bolsa- ainda engatinha no país.
Para impulsionar a aplicação, a BM&FBovespa vai reduzir o lote mínimo de cotas
negociadas de cem para dez.
Segundo o diretor de renda variável da BM&FBovespa, Julio Ziegelmann, a mudança deve ser adotada provavelmente em agosto.
Os ETFs (sigla em inglês
para Exchange Traded
Funds) são fundos passivos,
cuja carteira de investimento
reproduz fielmente a composição de um índice de ações.
Sua rentabilidade, portanto,
está atrelada à do indicador.
Considerado uma forma
prática e barata de diversificar investimentos, o ETF tem
como principal desvantagem
no Brasil a baixa liquidez das
cotas. É esse problema que a
BM&FBovespa quer reduzir.
Há sete ETFs negociados
na Bovespa atualmente. O
mais popular acompanha o
rendimento do Ibovespa,
principal índice do mercado
acionário brasileiro.
O valor das cotas negociadas oscila. De acordo com o
fechamento da última sexta-feira, o investimento mínimo
para aplicação em ETF variava de R$ 1.849 (Índice Imobiliário) a R$ 6.185 (Ibovespa).
Se já valesse a nova regra,
o intervalo estaria entre
R$ 184,90 e R$ 618,50.
"Queremos atrair pessoas
físicas para os ETFs. Nos
EUA, 50% dos que investem
são pessoas físicas. Aqui, são
23%", diz Ziegelmann.
Enquanto nas Bolsas de
Nova York e do México as
transações com ETFs correspondem a cerca de 30% do
volume de negócios, no Brasil, em junho, esses negócios
somaram apenas R$ 515,53
milhões, 0,42% de todo o giro da Bovespa.
VANTAGENS
Para o educador financeiro Mauro Calil, o ETF permite
diversificar investimentos
mesmo com poucos recursos. Em vez de comprar ações
de uma empresa, o investidor aplica ao mesmo tempo
em todas as que compõem
um índice.
Outro atrativo é a taxa de
administração, que não passa de 0,69% ao ano. Em fundos de ações, as taxas costumam variar de 2% a 4%.
Isso acontece porque, como o ETF segue fielmente a
composição de um índice,
não é necessário remunerar
um gestor para administrar a
carteira de investimentos.
Por outro lado, ressalta Calil, a negociação de ETF implica cobrança de taxas de
corretagem, custódia, emolumento e liquidação.
"A única taxa que nem
sempre é cobrada é a de custódia. Isso depende da corretora. Se a taxa for muito alta,
investir em ETF pode ficar
mais caro que em fundos."
Apesar da baixa liquidez
da maioria dos ETFs, Ziegelmann afirma que não há risco de o investidor não conseguir vender suas cotas.
No caso dos seis ETFs geridos pela BlackRock, o Citibank atua como formador de
mercado, dando ordens de
compra e venda diárias.
Já o ETF atrelado ao índice
IBrX-50 (das 50 ações mais
negociadas na Bovespa), gerido pelo Itaú, é o segundo
mais líquido da Bolsa.
O principal problema da
baixa liquidez, segundo Calil, é que ela provoca diferença entre os valores de compra
e venda das cotas, que chega
a 1% nos ETFs menos líquidos.
(MS)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Dicas: Corretoras alteram carteira Índice
|