São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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GM dá mais um passo para reabrir capital

Empresa, que tem 60% das ações com o governo dos EUA, entrega documentos para fazer IPO sem divulgar detalhes

Após acumular perdas de US$ 88 bi nos 4 anos antes da concordata, montadora voltou a ter lucro no 1º semestre

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A GM entrou ontem com a documentação necessária para reabrir o seu capital na Bolsa de Valores, dando mais um passo para diminuir a participação dos governos norte-americano e canadense no seu controle.
A maior montadora dos EUA não detalhou quantas ações vai vender nem qual o preço pretendido, mas se comenta que a empresa quer levantar entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões com a oferta pública de ações (IPO, em inglês). Se confirmado, será um dos maiores montantes da história.
"O total de papéis oferecidos será determinado pelas condições de mercado e por outros fatores no momento da oferta", disse a montadora, em comunicado.
A data do IPO também não foi determinada, mas analistas dizem que ele não deve ocorrer antes de outubro.

REESTRUTURAÇÃO
A empresa recebeu, no ano passado, empréstimos de mais de US$ 60 bilhões dos governos dos EUA e do Canadá como parte do seu processo de reestruturação para sair da concordata. Em contrapartida, os EUA têm hoje 61% da montadora, e o Canadá, 11%.
Às vésperas do pedido de concordata, em junho do ano passado, as ações da GM valiam cerca de US$ 1.
Os EUA devem vender uma parte do controle da empresa, mas, de acordo com o "New York Times", a participação do contribuinte americano ainda será importante: um pouco abaixo de 50%.
A própria GM afirma, em documento entregue à SEC (a CVM americana), que o governo dos EUA, mesmo após o IPO, vai "continuar a ter participação substancial".
O atual presidente-executivo da GM, Ed Whitacre, já disse que quer vender o mais rapidamente possível a participação do governo na montadora, chamada nos EUA de "Government Motors".
Com a abertura do capital, a GM pretende aproveitar o seu bom momento: teve lucro de US$ 2,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, com bons resultados no mercado americano -que era o mais problemático para ela.
Nos quatro anos anteriores à concordata, a montadora norte-americana acumulou prejuízo de US$ 88 bilhões.


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