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Seguro-fiança ganha espaço do fiador no mercado de locação
Garantia já responde por quase 30% dos contratos firmados em SP no mercado residencial
Especialistas do setor preveem a ampliação dessa participação
nas grandes cidades
e a redução no preço
TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO
O seguro-fiança ganhou
participação nos contratos
de locação residencial nas
grandes cidades, tirando espaço do tradicional fiador e
do depósito de caução.
Na cidade de São Paulo,
esse tipo de garantia passou
de uma fatia de apenas 9,4%
em junho de 2005, primeiro
ano da pesquisa no formato
atual, para 27,4% no mesmo
mês deste ano, segundo o
Creci-SP (Conselho Regional
de Corretores de Imóveis).
De olho nessa expansão,
as seguradoras investem no
aperfeiçoamento do produto, ampliando a cobertura
além da inadimplência com
aluguel, incluindo também
pintura, água, luz, gás e danos ao imóvel, entre outros.
"A participação tende a
crescer. Em dez anos, acredito que seja a garantia predominante nas grandes cidades", afirma José Augusto
Viana Neto, presidente do
Creci-SP, lembrando as dificuldades em conseguir um
fiador nesses locais.
Para ele, as alterações na
Lei do Inquilinato, em vigor
desde janeiro, podem contribuir para essa expansão, devido à maior facilidade do
fiador para se desvencilhar
do contrato.
Em caso de divórcio do casal que mora no imóvel, por
exemplo, o fiador pode se
eximir da responsabilidade
120 dias depois da notificação ao locador, em vez de ficar "preso" mesmo que não
conheça bem o cônjuge que
permaneceu na moradia.
RAPIDEZ
Na avaliação de Jaques
Bushatsky, diretor de legislação do inquilinato do Secovi-SP (Sindicato da Habitação),
o seguro-fiança "é a melhor
modalidade porque é a única
em que o locador recebe automaticamente. Nas outras, é
preciso entrar com uma ação
de despejo para então fazer a
cobrança".
Segundo ele, o período entre a decisão favorável a uma
ação de despejo e o recebimento dos aluguéis atrasados pode chegar a um ano.
Para Viana, um dos empecilhos à aceleração do ritmo
de crescimento ainda é o valor do seguro-fiança. "É muito caro. As seguradoras imputam uma taxa de risco
muito alta", analisa.
Na Porto Seguro, que domina esse segmento, o pagamento varia de 0,8 a 1,3 vez o
valor do aluguel. Apesar disso, segundo o gerente da empresa Luiz Carlos Henrique,
há inquilinos que também
preferem o seguro-fiança,
mesmo tendo uma despesa
extra com a locação.
Assim, diz, conseguem se
livrar do constrangimento de
sair em busca de um fiador
em locais em que têm poucos
ou nenhum amigo ou parente para pedir o favor.
"Há muito o que crescer. O
produto ainda tem baixa utilização por desconhecimento dos locadores", analisa
Rogério Vergara, presidente
da comissão de crédito e garantia da Federação de Seguros Gerais. "Quanto maior for
o volume de adesões, menor
será o custo unitário. A tendência é que o preço caia."
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