São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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Não houve irregularidade, diz advogado de suposto sonegador

PF investiga há 9 anos e nunca chamou acusado, afirma defesa

GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

O advogado do homem que a Polícia Federal aponta como suposto chefe de organização criminosa desmontada pela Operação Alquimia criticou a decretação de prisão provisória a partir de uma investigação iniciada em 2002.
O presidente do grupo Sasil, Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, está foragido. Segundo a PF, a companhia controla empresas de fachada para sonegar impostos.
Com sede em Salvador, a Sasil se destaca na distribuição de produtos químicos e plásticos e se tornou suspeita de ser beneficiária de uma suposta fraude que resultou, segundo a PF, na sonegação de R$ 1 bilhão em tributos desde a década de 1990.
"Causa espanto ser decretada uma prisão quase dez anos depois de iniciada uma investigação. Ao longo desse período, Paulo nunca foi ouvido nem chamado pela PF", diz o advogado Gamil Föppel.
Segundo a PF, o presidente da Sasil e seu irmão Ismael Cavalcanti Neto, preso anteontem, lideraram esquema com cerca de 300 empresas -parte delas em nome de laranjas- para simular operações de compra e venda.
Como os tributos dessas operações eram devidos pelas companhias de fachada, nada era recolhido, diz a PF.
Föppel diz não ter tido contato com Paulo Cavalcanti desde quarta-feira. Segundo o advogado, "as imputações são infundadas" e seu cliente vai comprovar a "lisura de seus procedimentos".
O advogado critica ainda o valor atribuído à suposta sonegação. "Isso foi colocado à imprensa, mas não está no processo e gerou uma repercussão muito grande. As pessoas só falam no caso da operação de R$ 1 bilhão."

LARANJAS
A operação trouxe à tona casos como o do vigilante José Arnaldo Pereira Aquino. Ele figurava como sócio em nove empresas que, somente em 2003, faturaram mais de R$ 63 milhões.
Ao aprofundar a investigação sobre o "grande empresário" e seus negócios com a Sasil, a PF e a Receita Federal descobriram que ele era um vigilante cujas anotações na carteira de trabalho sempre variaram de dois a quatro salários mínimos.


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