São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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Brasileiros entram no setor financeiro dos Estados Unidos

Bancos de investimento e 'private banking' estão apostando em papéis americanos desvalorizados

Corretora fundada por brasileiro com foco em latinos já tem giro financeiro diário de até US$ 150 milhões

FELIPE VANINI BRUNING
COLABORAÇÃO PARA FOLHA

Mesmo com a crise, corretoras e empresas brasileiras de tecnologia para o setor financeiro decidiram disputar espaço no mercado mais competitivo do mundo: o dos Estados Unidos.
A CMA, empresa que fornece informações financeiras, acabou de fechar seu primeiro contrato com uma corretora americana, a Fintec, sediada em Chicago.
Segundo Raphael Juan, diretor da CMA, após modernizar suas ferramentas com investimentos de mais de R$ 50 milhões, a empresa ficou apta a competir com rivais locais experientes, como a Bloomberg e Reuters.
"Os clientes americanos viram que empresas brasileiras podem dispor de tecnologias iguais ou melhores do que as existentes nos EUA, com um custo mais acessível", afirma.
"Agora, a ideia é aperfeiçoar as ferramentas e conquistar novos clientes."
A corretora Trade Wire, especializada no público latino não residente nos Estados Unidos, também seguiu esse caminho.
Fundada por Alvaro Augusto de Freitas Vidigal, a empresa, sediada em Miami, tem em sua carteira por volta de 1.500 clientes, um terço deles brasileiros.
Atualmente, o giro de negócios diário da Trade Wire fica entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões.
De acordo com Vidigal, os investidores pessoa física são raros.
"Os bancos de investimento e 'private banking' são os grandes clientes", afirma ele.
"Os clientes latinos preferem o mercado de bônus secundários de títulos de seus países de origem, onde conhecem mais as empresas. Esse nicho representa 50% das operações."
A corretora paulista Um Investimentos estabeleceu uma parceria com a Trade Wire para auxiliar seus clientes a investir nos Estados Unidos.
"Quem conhece um pouco do mercado sabe que existem oportunidades. Há muitos papéis americanos desvalorizados", afirma Rafael Giovani, sócio da Um Investimentos.

MÃO DUPLA
Além disso, a recente consolidação econômica brasileira passou a atrair corretores americanos.
Segundo Paloma Lima, diretora da corretora Guayaba Capital, de Nova York, "traders" americanos têm buscado oportunidades de emprego em "private banking" brasileiros.
"Profissionais comissionados estão vendo mais chance de ganhos com papéis brasileiros", diz ela.



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