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Imposto sobre aplicações estrangeiras sobe de novo
Governo eleva IOF sobre investimentos nos mercados à vista e futuro
Taxa sobre aplicação
estrangeira em renda
fixa passa para 6%, a
mesma para garantias
no mercado futuro
CAROLINA MATOS
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, anunciou
ontem em São Paulo mais
duas medidas para tentar
conter a queda acentuada do
dólar em relação ao real.
A primeira foi um novo aumento do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras), de
4% para 6%, sobre os investimentos estrangeiros em renda fixa no país.
Essa taxação já havia sido
elevada de 2% para 4% no
dia 4.
A outra medida anunciada
ontem se refere às operações
dos estrangeiros no mercado
futuro, dos chamados "derivativos".
O ministrou subiu, de
0,38% para 6%, o IOF incidente sobre as garantias depositadas pelos investidores
de fora do país.
De acordo com Mantega,
via de regra as garantias representam 10% do volume
total do investimento.
E hoje, segundo Mantega,
existem cerca de US$ 20 bilhões em estoque de garantias, o suficiente para lastrear
US$ 200 bilhões em investimentos nesse mercado.
Os aumentos de tributação
valem apenas para aplicações estrangeiras no mercado financeiro; investimentos
diretos não são taxados.
O ministro disse que as
medidas tendem a funcionar
como um "moderador de
apetite".
"Com o IOF maior, fica
mais caro e, portanto, menos
rentável para o estrangeiro
aplicar no mercado doméstico", afirmou Mantega.
OBJETIVO
"Nossa intenção é diminuir o interesse dos investidores que vêm para o país para ficar apenas um ou dois
meses", disse o ministro.
Mantega destacou que as
medidas tomadas até agora
pelo governo para tentar conter a valorização do real têm
mostrado efeito.
"Em outubro de 2009,
quando colocamos o IOF de
2% sobre as aplicações estrangeiras em Bolsa, o dólar
estava em R$ 1,70. Agora, um
ano depois, está em R$ 1,66",
disse Mantega.
"Não fossem as medidas
que temos tomado, a queda
do dólar nesse período teria
sido bem mais intensa",
acrescentou.
INSATISFEITO
Mas José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, acredita que o novo aumento do
IOF deixa claro que o governo não está satisfeito com o
resultado das medidas anteriores.
"Se mais esse passo não
gerar o resultado esperado,
outras medidas virão", disse
Gonçalves.
"Deram um passo pequeno. Agora, outro maior. Antes de pensar em alguma coisa grande, vão testando o impacto da soma dessas medidas. Eles devem ter um estimativa do efeito que isso
tem", completou.
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