São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Irlanda admite necessidade de pacote da UE

Bloco quer definir ajuda logo, e país insiste em manter soberania em questões econômicas

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A Irlanda continua numa queda de braço com a União Europeia na discussão de um pacote para tentar pôr fim à crise por que passa o país.
A UE quer definir o quanto antes o empréstimo e a contrapartida que terá de ser dada pelos irlandeses. Já o governo, que antes negava a necessidade do pacote, já admite a ajuda, mas continua a insistir que não pretende ceder sua soberania sobre questões econômicas.
Investidores têm pedido juros até duas vezes maiores que os cobrados da Alemanha na hora de comprar títulos públicos irlandeses.
Há desconfiança de que os bancos estejam prestes a quebrar, com muita gente sacando dinheiro, e que o país tenha que dar calote em sua dívida pública.
Técnicos do FMI e do BCE chegaram a Dublin ontem para analisar a real situação dos bancos.
Também ontem, o presidente do BC irlandês disse esperar que o país feche acordo para empréstimo de "dezenas de bilhões de euros".
Especialistas dizem que o pacote é certo, mas que o governo central resiste para não ter de ceder em pontos como elevar a taxa cobrada das empresas que querem se estabelecer no país.
A Irlanda cobra hoje 12,5%, uma das menores taxas da Europa. Alemanha e França consideram que é uma concorrência desleal.
Nas ruas de Dublin, o clima é de luto e protesto. A posição da maioria é contrária a um acordo com a UE.
Nos jornais e na TV, acadêmicos e pessoas comuns dizem que o país não lutou tanto para se livrar do domínio britânico, no início do século passado, para agora se subordinar às vontades da UE.
A quase certeza de um pacote para a Irlanda fez as Bolsas subirem na Europa.


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