São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Braço direito de Mantega entra no conselho da Vale

Indicação sinaliza que governo quer ampliar influência estratégica na empresa

Nelson Barbosa vai ocupar uma das quatro vagas da Previ, fundo de pensão que é o principal acionista da mineradora

PEDRO SOARES
DO RIO

Em assembleia realizada ontem, os acionistas da Vale aprovaram a nova composição do Conselho de Administração da companhia.
A principal mudança é a entrada do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, como conselheiro, num sinal de que o governo pretende ampliar sua influência nas definições estratégicas da companhia -atribuição que cabe ao colegiado.
Barbosa foi indicado para uma das quatro vagas de membros-titulares pertencentes à Previ, fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil e principal acionista da Vale. Barbosa também preside o Conselho de Administração do BB.
O secretário da Fazenda é braço direito de Guido Mantega, um dos principais articuladores do governo para a troca do presidente da companhia, Roger Agnelli, que deixará o cargo em maio.
Mantega negociou com o Bradesco, maior sócio privado da Vale, a saída do executivo. Agnelli entrou em colisão com o governo ao criticar a busca do PT por cargos na empresa. Agnelli será substituído por Murilo Ferreira, ex-diretor-executivo.
O presidente da Previ, Ricardo Flores, foi mantido no comando do conselho da Vale. O fundo trocou outra vaga no colegiado, assumida pelo presidente do conselho deliberativo do fundo de pensão, Robson Rocha.
Ao todo, foram substituídos 4 dos 11 membros-titulares. O representante dos empregados da Vale também foi trocado. Paulo Soares de Souza, presidente do sindicato Metabase de Itabira e região (polo produtor de minério de ferro em Minas Gerais), foi eleito para o mandato de dois anos. A trading japonesa Mitsui, que integra o bloco de controle da Vale, também mudou seu representante.
A assembleia de acionistas aprovou ainda reserva de lucro de R$ 23,8 bilhões a ser destinada à expansão da Vale e investimentos. Também passou pelo crivo dos acionistas o plano de remuneração da diretoria da empresa, que prevê remunerações (já incluídos os encargos) de R$ 109 milhões neste ano.


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