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Aplicativo
para celular vira negócio milionário
Criação de programas para telefone atrai jovens profissionais e amadores
Mercado deve movimentar cerca de US$ 6,8 bi neste ano, alta de 62% sobre 2008, segundo consultoria
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
O videogame está liberado
e tem até carrinho de pipoca
e helicóptero com controle
remoto para os momentos de
descontração.
"Quando a gente acorda,
não vê a hora de ir para o trabalho", diz Paulo Saito, 23
anos, programador de aplicativos para aparelhos móveis da FingerTips, uma
start-up de tecnologia de São
Paulo, que neste ano deve faturar cerca de R$ 4,5 milhões,
o dobro do ano anterior.
Desde o final de 2008,
quando a Apple liberou seu
sistema operacional para
programadores externos,
"nerds" de todos os cantos
do mundo entraram numa
corrida para criar aplicativos
e vender a usuários do iPhone na loja virtual App Store.
Seja por hobby, seja profissionalmente, a corrida é motivada pela chance de ganhar
alguns milhares de dólares.
Mas, para isso, o aplicativo
precisa bombar na internet.
Se 1,5 milhão de pessoas baixarem o aplicativo, ao custo
de US$ 0,99, por exemplo, é
mais de US$ 1 milhão na conta do criador.
A Apple mantém um rígido controle sobre os aplicativos vendidos na App Store e
fica com 30%. Até o mês passado, a empresa de Steve
Jobs havia repassado US$ 1
bilhão aos programadores.
Desde a criação da App
Store, no final de 2008, 5 bilhões de aplicativos foram
baixados. A maioria é gratuita ou patrocinada por alguma empresa.
Um dos primeiros aplicativos pagos a romper a barreira
de 1 milhão de downloads foi
o iFart (euPeido), espécie de
piada sonora.
CABEÇA FERVENDO
No Brasil, existem 4.800
desenvolvedores criando
aplicativos para a Apple, sonhando com a sorte grande.
"A gente sempre tem uma
pontinha de esperança de
conseguir 1 milhão de down-
loads", diz o analista de sistemas Renato Pessanha, 34.
Morador de Sorocaba, Pessanha trabalha em São Paulo
e programa para o iPhone
nas horas vagas. São quatro
horas por dia e mais 12 aos finais de semana. Já criou 25
aplicativos. Os seis que "pegaram" geram uma renda superior a seu próprio salário:
R$ 10 mil por mês, em média.
O mais popular é um jogo
da forca, com versões em cinco idiomas: foi baixado 50
mil vezes em um ano e meio.
Além da comissão de 30% da
Apple, o leão da Receita Federal come mais 27,5%.
Na FingerTips, onde trabalham 21 garotos na faixa dos
20 anos, a maioria dos aplicativos é feita sob encomenda
de empresas. Mas a garotada
também cria joguinhos para
o consumidor final, como o
jogo da velha OXO, que rende US$ 2.500 por mês.
"A molecada tem a cabeça
fervendo de ideias", diz um
dos sócios, Breno Masi, 27,
que é quase um pai para eles.
Muitos abandonaram a faculdade ou sequer têm idade
para isso.
MERCADO
O mercado de aplicativos
para aparelhos móveis
(smartphones e tablets) deve
movimentar US$ 6,8 bilhões
neste ano, sendo US$ 600
milhões com publicidade, segundo a consultoria Gartner.
É 62% mais do que no ano
anterior. Para 2013, a previsão é de US$ 29,5 bilhões.
A Apple detém 28% do
mercado de smartphones
nos EUA e é de longe a líder
em aplicativos para aparelhos móveis. Mas o Google,
que criou o sistema Android,
está vindo com força.
Com uma plataforma aberta, como o Linux, o Android
roda em aparelhos de diversos fabricantes.
Os aplicativos não dependem da aprovação do Google. Para vender na loja do
Google é preciso pagar taxa
de US$ 25. Não há comissão.
O Android está em 9% dos
smartphones nos EUA.
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