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Em meio a pressão,
China indica que
vai valorizar moeda
Alvo de críticas internacionais, yuan está atrelado ao dólar desde 2008, favorecendo a exportação chinesa
Decisão é elogiada
por FMI e EUA, que têm deficit bilionários
com a China; medida
pode beneficiar Brasil
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em meio a pressões internacionais, principalmente
dos EUA, a China anunciou
ontem que vai aumentar a
flexibilidade de sua taxa de
câmbio, em um indício de
que retomará a política de valorização gradual do yuan
em relação ao dólar.
O anúncio do banco central da China ocorre a uma semana de reunião do G20 no
Canadá, onde se esperava
que o yuan fosse um dos temas dominantes.
Com isso, as pressões sobre a política cambial chinesa devem diminuir na reunião dos principais líderes
mundiais.
Anteontem, o presidente
dos EUA, Barack Obama, em
crítica que pareceu direcionada à China, disse estar
preocupado com a "forte dependência das exportações
por parte de países que já têm
grandes superavit externos".
Há quase dois anos a China mantém estável a taxa de
câmbio do yuan em relação
ao dólar.
O "congelamento" do
câmbio foi adotado em meio
à crise global para ajudar a
indústria chinesa, já que a
moeda desvalorizada facilita
as exportações.
Em 2009, a China se tornou o maior exportador global, ao passar a Alemanha.
O banco central chinês, no
entanto, não deu prazo para
deixar a moeda flutuar novamente e descartou uma valorização de uma só tacada. Segundo a entidade, não há
justificativa para "uma apreciação em larga escala".
E a crise na Europa torna
ainda mais improvável que
os chineses iniciem logo a valorização cambial.
REPERCUSSÃO
O diretor-gerente do FMI,
Dominique Strauss-Kahn,
disse que o yuan forte "vai
ajudar a elevar a renda dos
chineses e a fornecer o incentivo necessário para reorientar o investimento em direção a indústrias que atendem
o consumidor chinês".
O secretário do Tesouro
dos EUA, Timothy Geithner,
afirmou que uma implementação rápida da flexibilização do yuan "faria uma contribuição positiva para um
crescimento global forte e
equilibrado".
Os EUA são os principais
críticos da política cambial
chinesa. Isso porque a China
mantém enormes superavit
no comércio com os americanos. No primeiro quadrimestre, os chineses foram responsáveis por quase 40% do
deficit comercial norte-americano, de US$ 181 bilhões.
O Brasil pode ser favorecido com a medida, já que,
com o yuan valorizado, os
itens do país podem ganhar
competitividade externa.
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