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Cientistas escoceses desenvolvem biocombustível com sobras do uísque
ANDREW BOLGER
DO "FINANCIAL TIMES"
Um biocombustível feito
de subprodutos da destilação de uísque e que pode ser
usado em carros comuns foi
desenvolvido por cientistas
da Universidade Napier, em
Edimburgo.
A equipe se concentrou no
setor de uísque, que movimenta cerca de 4 bilhões
(R$ 11 bilhões) ao ano, como
recurso para o desenvolvimento de biobutanol, um
biocombustível de nova geração que, na estimativa dos
pesquisadores, gerará 30%
mais energia que o etanol.
Eles receberam amostras
de subprodutos da destilação de uísque na destilaria
Glenkinchie, que produz o
uísque Edinburgh Malt, em
East Lothian. O projeto de
pesquisa de 260 mil foi financiado pela Scottish Enterprise, uma organização
estatal de promoção do desenvolvimento.
O sistema utiliza os dois
principais subprodutos da
destilação de uísque -"pot
ale", o líquido que resta nos
alambiques de cobre, e
"draff", os grãos esgotados-
como base para produzir o
butanol combustível.
Os cientistas do centro de
pesquisa de biocombustíveis
da universidade solicitaram
uma patente e pretendem
criar uma empresa para comercializar o combustível.
Com 1,6 bilhão de litros de
"pot ale" e 187 mil toneladas
de "draff" produzidos anualmente pelas destilarias de
uísque de malte, os cientistas
acreditam que exista verdadeiro potencial para a venda
desse biocombustível em
grandes postos de gasolina,
na companhia de combustíveis mais tradicionais.
Ao contrário do etanol, a
natureza desse biocombustível inovador implica que carros comuns poderão empregar o combustível em substituição à gasolina tradicional
sem modificação. O processo
pode ser usado na fabricação
de outros produtos bioquímicos ecológicos e renováveis,
por exemplo a acetona.
Jim Mather, ministro escocês da Indústria, Energia e
Turismo, saudou a criação:
"É exatamente esse o tipo de
inovação que ajudará a manter a recuperação econômica
e promoverá crescimento
econômico sustentável".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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