São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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BC chinês eleva juros pela 1ª vez desde 2007 para conter inflação

Alta de 0,25 ponto percentual é medida mais dura de Pequim para tentar frear hiperaquecimento

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Em decisão inesperada, o banco central chinês anunciou ontem o primeiro aumento em taxas de juros após quase três anos, em meio a preocupações para controlar a inflação e a especulação imobiliária.
Em nota, o Banco Popular da China informou que, a partir de hoje, a taxa de depósito para um ano passa de 2,25% para 2,5%. Já o juro para empréstimo sobe de 5,31% para 5,56%. O último aumento havia sido feito em dezembro de 2007, quando a taxa chegou a 7,47%.
A decisão ajudou a derrubar as Bolsas mundiais. Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 1,5%, e a Bovespa teve queda de 2,6%.
Trata-se da medida mais dura adotada pela China para conter o hiperaquecimento provocado pelo pacote bilionário de estímulo lançado durante a crise financeira de 2008 -quando a taxa de juros também foi cortada.
A inflação acumulada dos últimos 12 meses chegou a 3,5% em agosto, acima da meta de 3% para este ano. O setor que mais preocupa é o imobiliário, com os preços fora de controle nas principais cidades do país.
A alta da taxa de juros gerou preocupações entre analistas de que haverá aumento na entrada de capital especulativo na China.
Por outro lado, a imprensa estatal justificou a medida afirmando que os juros estavam negativos (inflação maior do que as taxas de depósito).
Antes do aumento dos juros, o maior parceiro comercial do Brasil vinha adotando ao longo dos últimos meses outras medidas para contra-arrestar a pressão inflacionária e a especulação imobiliária, incluindo aumentos do depósito compulsório bancário e a restrição de crédito para a compra de imóveis em grandes cidades.
No final de março, o vice-governador do banco central chinês Zhu Min disse que as taxas de juros são uma "arma pesada" e que medidas menos fortes vinham dando resultados.
Embora a inflação continue um problema, o governo vem conseguindo desacelerar o ritmo da segunda economia mundial. Analistas ouvidos pela agência Reuters estimam que o país deve crescer 9,5% entre julho e setembro. No segundo anterior, o crescimento do PIB chinês foi de 10,3%.


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