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VAIVÉM
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Carnes podem "sustentar" preços do feijão no campo, preveem produtores
Após alta acentuada nos
últimos meses, o preço do feijão está em queda livre no
campo. O produto do tipo comercial, que já esteve a
R$ 210 por saca, é negociado
atualmente a R$ 140 na lavoura. O feijão de melhor
qualidade, que chegou a
R$ 230 por saca, está R$ 170.
Nas últimas quatro semanas, pesquisa da Folha indica recuo de 17% nos preços
do feijão na lavoura.
Essa queda ainda não chegou aos supermercados, que
mantêm estoques com produto adquirido a valores elevados. Os dados de ontem da
Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas)
apontam que o feijão subiu
27% para os paulistanos em
quatro semanas.
Os produtores acreditam,
no entanto, que essa queda
será interrompida. "Dois fatores serão fundamentais para a interrupção da queda no
preço do feijão: alta das carnes e menor oferta de produto", diz Vlamir Brandalizze,
produtor e analista do setor.
A arroba do boi a R$ 100 dá
sustentação às carnes suína e
de frango, o que vai pesar
muito no bolso dos consumidores e incentivar o consumo
de feijão, segundo ele.
Quanto à oferta, Brandalizze diz que será menor do
que se esperava.
A primeira safra -são três
no ano- foi muito afetada
pelo clima e está havendo
quebra de produtividade.
Pós-colheita O Brasil
avançou na produção de
grãos, mas tem desafios no
pós-colheita. "Chegamos a
um momento em que já temos excelência na produção, mas precisamos aperfeiçoar o pós-colheita", diz
Alexandre Cattelan, chefe-geral da Embrapa Soja.
Secagem Um dos problemas do pós-colheita se
relaciona à armazenagem.
"As perdas acontecem sobre o produto final, que está
pronto para a comercialização", diz Irineu Lorini, pesquisador da Embrapa Soja.
Eles participam da quinta
conferência sobre o assunto
em Foz do Iguaçu (PR).
Vantagem A relação
de preço entre o açúcar e o
álcool se mostra mais vantajosa para o primeiro ao
longo desta safra, segundo
o Cepea. A vantagem do
açúcar tem-se acentuado
nas últimas semanas.
Na safra O Cepea indica que a venda do açúcar
cristal remunerou em 64%
a mais do que a do álcool
anidro e em 80% a mais do
que a do álcool hidratado.
Boi mantém alta e arroba sobe para R$ 100 no físico
Restrição na oferta e demanda maior empurraram
ontem o preço da carne bovina para R$ 100 por arroba no
mercado físico, segundo
acompanhamento da
AgraFNP. Esse valor supera
em 27% o de igual período do
ano passado.
A arroba de boi também
supera os R$ 100 no mercado
futuro. O contrato referente a
este mês foi negociado a
R$ 101,35 ontem na BM&FBovespa, enquanto o de novembro esteve a R$ 101,90.
A elevação dos preços do
boi dá sustentação também à
carne suína, que já é negociada a R$ 64 por arroba.
Na contramão, o quilo de
frango (ave viva) recuou de
R$ 1,90 para R$ 1,85 ontem
nas granjas paulistas.
Com KARLA DOMINGUES
OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES
Mercado Interno
ALGODÃO
(Arroba em caroço) ËR$ 22,08
Chicago
MILHO
(US$ por bushel) 5,46
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