São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Carnes podem "sustentar" preços do feijão no campo, preveem produtores

Após alta acentuada nos últimos meses, o preço do feijão está em queda livre no campo. O produto do tipo comercial, que já esteve a R$ 210 por saca, é negociado atualmente a R$ 140 na lavoura. O feijão de melhor qualidade, que chegou a R$ 230 por saca, está R$ 170.
Nas últimas quatro semanas, pesquisa da Folha indica recuo de 17% nos preços do feijão na lavoura.
Essa queda ainda não chegou aos supermercados, que mantêm estoques com produto adquirido a valores elevados. Os dados de ontem da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apontam que o feijão subiu 27% para os paulistanos em quatro semanas.
Os produtores acreditam, no entanto, que essa queda será interrompida. "Dois fatores serão fundamentais para a interrupção da queda no preço do feijão: alta das carnes e menor oferta de produto", diz Vlamir Brandalizze, produtor e analista do setor.
A arroba do boi a R$ 100 dá sustentação às carnes suína e de frango, o que vai pesar muito no bolso dos consumidores e incentivar o consumo de feijão, segundo ele.
Quanto à oferta, Brandalizze diz que será menor do que se esperava.
A primeira safra -são três no ano- foi muito afetada pelo clima e está havendo quebra de produtividade.

Pós-colheita O Brasil avançou na produção de grãos, mas tem desafios no pós-colheita. "Chegamos a um momento em que já temos excelência na produção, mas precisamos aperfeiçoar o pós-colheita", diz Alexandre Cattelan, chefe-geral da Embrapa Soja.

Secagem Um dos problemas do pós-colheita se relaciona à armazenagem. "As perdas acontecem sobre o produto final, que está pronto para a comercialização", diz Irineu Lorini, pesquisador da Embrapa Soja. Eles participam da quinta conferência sobre o assunto em Foz do Iguaçu (PR).

Vantagem A relação de preço entre o açúcar e o álcool se mostra mais vantajosa para o primeiro ao longo desta safra, segundo o Cepea. A vantagem do açúcar tem-se acentuado nas últimas semanas.

Na safra O Cepea indica que a venda do açúcar cristal remunerou em 64% a mais do que a do álcool anidro e em 80% a mais do que a do álcool hidratado.

Boi mantém alta e arroba sobe para R$ 100 no físico
Restrição na oferta e demanda maior empurraram ontem o preço da carne bovina para R$ 100 por arroba no mercado físico, segundo acompanhamento da AgraFNP. Esse valor supera em 27% o de igual período do ano passado.
A arroba de boi também supera os R$ 100 no mercado futuro. O contrato referente a este mês foi negociado a R$ 101,35 ontem na BM&FBovespa, enquanto o de novembro esteve a R$ 101,90.
A elevação dos preços do boi dá sustentação também à carne suína, que já é negociada a R$ 64 por arroba.
Na contramão, o quilo de frango (ave viva) recuou de R$ 1,90 para R$ 1,85 ontem nas granjas paulistas.

Com KARLA DOMINGUES

OLHO NO PREÇO COTAÇÕES

Mercado Interno
ALGODÃO
(Arroba em caroço) ËR$ 22,08

Chicago
MILHO
(US$ por bushel) 5,46


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