São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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BNDES deve financiar R$ 8 bi para eólicas

Valor é de pedidos de financiamento para a energia a partir do vento; empréstimos em 2011 chegarão a R$ 4,5 bi

Brasil tem grande potencial por ventos bons e constantes; crise nos EUA e Europa atrai fabricantes para o país

Eduardo Knapp/Folhapress
Operário faz soldagem na fábrica da Alstom em Taubaté

LEILA COIMBRA
DO RIO

Os investimentos em energia eólica no país estão em franca expansão. Um dos termômetros desse comportamento, a carteira de pedidos de financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), disparou neste ano e atingiu R$ 8 bilhões. Os desembolsos do banco para parques eólicos em 2011 devem chegar a R$ 4,5 bilhões, segundo estimativa da chefe do departamento de energia elétrica do banco, Márcia Leal. A carteira representa os pedidos de empréstimo, enquanto os desembolsos são os recursos efetivamente liberados.
Se a expectativa do banco se concretizar, representará um crescimento de mais de 14.000% sobre as liberações de empréstimo do ano passado -de R$ 649 milhões. Nos nove primeiros meses de 2011, esse valor já quase triplicou e atingiu R$ 1,6 bilhão. A explicação para a explosão dos investimentos em energia eólica está em dois pilares. O primeiro é o potencial efetivo do Brasil, com ventos bons e constantes.
O segundo é a crise na economia mundial, especialmente com a retração dos investimentos de EUA e Europa em energia eólica, que fez com que o Brasil atraísse grandes fabricantes de equipamentos de aerogeração. "Há seis anos havia apenas três fabricantes de equipamentos eólicos no país. Hoje eles são 13", diz o diretor-executivo da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Pedro Perrelli.
Agora empresas como Impsa, Wobben, GE , Vestas, Suzlon , Gamesa, Alstom e Siemens têm fábricas de equipamentos e aerogeradores em solo brasileiro.
A possibilidade de nacionalização dos componentes e o interesse de grupos multinacionais em produzir esse tipo de energia alternativa no país acirraram a competição nos leilões de energia promovidos pelo governo e jogou os preços para baixo.
"Há uma redução de 20% a 25% em média nos preços da energia eólica a cada ano, e isso está fazendo com que ela seja mais competitiva ante outras fontes energéticas", diz o gerente de energias alternativas do BNDES, Luis André Sá d'Oliveira.
Nos últimos cinco leilões de energia realizados desde 2009, foram contratados 5.785 MW (megawatts) de potência instalada. Hoje a energia eólica representa menos de 1% da matriz de geração nacional, mas, até 2014, quando todos esses projetos estiverem concluídos, chegará a 5% da capacidade instalada de geração no país.
O número de investidores interessados em instalar parques eólicos não para de crescer. Hoje são 27 empresas: desde Petrobras e Eletrobras, como construtoras como Odebrecht e Queiroz Galvão, a grupos privados de energia como CPFL e Neoenergia.


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