São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Mamona deve ressurgir, afirma pesquisador

A mamona vai ressurgir em breve como cultura importante para o Nordeste. A afirmação é de Napoleão Beltrão, chefe-geral da Embrapa Algodão e pesquisador da entidade há 38 anos.
Alguns novos fatores fazem o pesquisador acreditar que o produto volte a ser visto como há alguns anos, quando foi considerado o pilar do programa de biodiesel. A produtividade média nacional é de 650 quilos por hectare, abaixo da média mundial de 900 quilos. Mas o país poderá chegar a 1.200 quilos nos próximos anos, segundo Beltrão.
Para isso, basta um bom planejamento do setor e uma melhora na fase de comercialização, até agora precária. As bases para essa evolução começam a ser montadas. Devido à necessidade de oferta maior para a industrialização, a Petrobras vai distribuir 340 toneladas de sementes a partir de janeiro. Essa semente qualificada deverá melhorar o rendimento da produção. Hoje, a semente utilizada é um reaproveitamento da produção feita pelo próprio agricultor.
Outro fator importante, segundo o pesquisador da Embrapa, é que a Petrobras necessitará cada vez mais de uma demanda maior de mamona para industrialização. Essa demanda provocará o crescimento do setor e favorecerá a concorrência do biodiesel com as demais aplicações da mamona, atualmente mais rentáveis.
Beltrão diz que o que falta ao mercado é "uma boa multiplicação de sementes e a ampliação do número de máquinas de beneficiamento", passos que já estão sendo dados, segundo ele. "A elevação da produtividade exige planejamento. Com sementes selecionadas, respeitando a época certa do plantio e o zoneamento de áreas, o aumento da produção virá."
Além disso, o importante nesse mercado é o produtor ter mais conhecimento da cultura, o que será feito em convênios de assistência técnica da Petrobras. Essa evolução deve se concretizar para que 2,3 milhões de pequenos trabalhadores do Nordeste se engajem na produção, diz o pesquisador.

Ajuste de posição O açúcar sofreu queda de 3,16% ontem no mercado de Nova York. O recuo se deve ao reajuste de posição dos investidores após a elevação de 11% que o produto sofreu na semana passada com as inundações na Tailândia.

Desaquecimento O petróleo recuou 2,5% nos mercados internacionais com o anúncio feito pelo Fed de que o crescimento dos Estados Unidos será "modesto", o que deverá afetar negativamente a demanda futura pelo produto.

Marfrig O presidente da Marfrig Alimentos, Marcos Antonio Molina dos Santos, aumentou sua participação na empresa de 43,49% para 45% do capital social.

Água na fervura A tentativa é acalmar os investidores da empresa, cujas operações vêm sendo afetadas pela crise financeira mundial. Ontem, os papéis da Marfrig fecharam a R$ 7,66, após terem sido comercializados a R$ 5 em agosto. Queda A expectativa de um acordo entre França e Alemanha para amenizar a crise europeia vem derrubando a cotação do ouro nos últimos dias.

Quanto recuou O metal tem queda de 2,1% na semana e 14% desde 6 de setembro, quando atingiu preço recorde em meio ao momento mais crítico da turbulência.

Em baixa As negociações do mercado agrícola de Chicago mantiveram os reflexos das incertezas da economia mundial. O valor da soja recuou 2,1% ontem, enquanto o do milho caiu 0,9%.

Com THIAGO FERNANDES e VENCESLAU BORLINA FILHO


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