São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

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China supera previsão e cresce 10,3%

Expansão em 2010, somada à inflação acima da meta, alimenta temores sobre medidas para desacelerar a economia

No 4º tri, PIB cresce 9,8%, ante estimativa de 9,2%; puxado por alimentos, índice de preços sobe 3,3% no ano

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Empurrado por um desempenho acima do esperado no trimestre passado, o PIB (Produto Interno Bruto) da China fechou 2010 com um crescimento de 10,3%. O resultado alimentou temores de superaquecimento da economia e de que a pressão inflacionária ainda não foi domada.
A economia cresceu 9,8% no quarto trimestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano anterior, superando a previsão de 9,2% feita pela agência de notícias Reuters baseada em estimativas de mercado.
O dado do ano fechado representa uma aceleração em relação ao crescimento de 9,2% registrado em 2009.
Já a inflação anual de 2010 ficou em 3,3%, acima da meta de 3% fixada pelo governo chinês. O principal vilão foi o preço dos alimentos, com um aumento anual de 7,2%.
Em dezembro, a inflação foi 4,6% acima do mesmo mês de 2009, abaixo do índice de 5,1% registrado em novembro.
O delegado do Escritório Nacional de Estatísticas, Ma Jiantang, disse ter "plena confiança" de que a China controlará a inflação neste ano. Segundo ele, o país está conseguindo transformar "recuperação em crescimento estável".
Apesar desse otimismo, os números divulgados ontem devem manter a inflação como principal preocupação do banco central chinês, levando a mais aumentos na taxa de juros e a outras medidas para reduzir a atividade econômica.
A previsão de medidas restritivas afetou as Bolsas de Valores em todo o mundo.

MÃO DE OBRA
Para Li Zhi Bin, economista-chefe do banco chinês Citic, a pressão inflacionária deve se manter forte no primeiro semestre, principalmente por causa da onda de aumentos do preço da mão de obra.
Neste mês, Pequim incrementou o seu salário mínimo em 21%. Na província de Guangdong (sul), principal polo exportador, o aumento do salário mínimo chegou a até 26%.
Outras províncias devem seguir o mesmo caminho.
Os aumentos salariais fazem parte da estratégia oficial de realinhamento da economia nos próximos cinco anos por meio do estímulo do mercado interno e da diminuição da dependência das exportações.
Li prevê que a economia chinesa deva crescer menos neste ano, ficando perto dos 10%. Ele também acredita numa leve diminuição na demanda por commodities, área em que estão concentradas as exportações brasileiras para o gigante asiático.


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