São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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Argentina ameaça empresas por maior intervenção estatal

Governo vai à Justiça por decreto que amplia ingerência em conselhos

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES

O governo Cristina Kirchner anunciou que vai à Justiça contra as empresas que não respeitarem o decreto presidencial que aumentou a ingerência do Estado em 32 corporações.
A Anses (Administração Nacional de Seguridade Social), equivalente argentino do INSS e responsável por gerir as cotas estatais, anunciou que vai à Justiça contra a Siderar, uma das maiores siderúrgicas da Argentina, pertencente ao Grupo Techint.
Numa assembleia na semana passada, a Siderar barrou a tentativa do governo de ampliar o número de representantes no seu conselho de administração.
O Estado tem quase 26% das ações da empresa, e pelo novo decreto esse índice permitiria aumentar o número de diretores no conselho.
Outra reclamação do governo argentino é sobre o repasse dos dividendos da siderúrgica. A empresa sinalizou que vai dividir 1,5 bilhão de pesos (R$ 615 milhões) entre seus acionistas, mas a Anses acusa a empresa de não informar como pretende compartir outros 6,5 bilhões de pesos (2,7 bilhões).
Procurada pela Folha, a Siderar não se manifestou.
A medida ampliou uma norma de 2008 que estabelecia 5% de representação estatal nas empresas; agora, esse índice será correspondente ao número de ações.
O decreto foi criticado por entidades empresariais.
Ele atinge companhias consideradas inimigas do governo Cristina Kirchner, como a própria Techint e o Grupo Clarín, maior conglomerado de mídia da Argentina que tem 9% das ações sob controle do Estado.


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