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Sem oferta, indústria "caça" engenheiro
Estudantes de engenharia da Poli aprendem a desenhar carros no sistema GM e saem treinados da universidade
Vale cria cursos
para especializar
recém-formados em áreas como portos e ferrovia e paga R$ 3.000
DE SÃO PAULO
Pesquisa do Ibope encomendada pela Amcham
aponta que 76% das empresas no Brasil possuem programas de treinamento e formação de mão de obra.
Boa parte desses gastos assegura o futuro engenheiro
na companhia. A mineradora
Vale, que só em 2010 prevê
investimento total de
US$ 12,9 bilhões, deu escala
a esse modelo.
A mineradora criou cursos
de pós-graduação para atrair
engenheiros com até três
anos de formado. Cada um
recebe bolsa de R$ 3.000 para especialização em engenharia de mina, ferrovia, porto e agora pelotização (transformação de finas partículas
de minério em pelotas).
Marcelo Brandão, engenheiro ambiental, e Fabio
Witaker, engenheiro mecânico, são exemplos recentes.
Foram contratados em fevereiro depois de curso intensivo de engenharia ferroviária.
Aproximar-se da academia tem sido a solução. A
montadora General Motors é
uma das empresas mais
agressivas nesse campo.
Com a instalação no Brasil de
1 dos 5 centros mundiais de
desenvolvimento de produto, a montadora teve de ampliar de 600 para 1.300 o número de engenheiros.
ACORDO
Um acordo com a Escola
Politécnica da USP, um dos
principais centros de formação de engenheiros no Brasil,
deu à GM uma vantagem. Os
estudantes de engenharia da
Poli aprendem a desenhar
carros no sistema GM de projetar veículos.
"Quando esse estudantes
saírem da universidade, estarão prontos, com parte do
treinamento executado", diz
Pedro Manuchakian, vice-presidente de Engenharia de
Produtos da General Motors
na América do Sul.
Com planos para criar centros de pesquisa no Brasil,
General Electric e IBM correm para atrair profissionais.
A IBM vai repatriar 50 cientistas brasileiros.
O novo laboratório anunciado há duas semanas exigirá cem cientistas, alguns dos
quais engenheiros.
"É uma operação de guerra", disse Paulo Portela, vice-presidente de Serviços da
IBM. De 3.800 funcionários
em 2003, a IBM expandiu para 21 mil. A empresa já treinou 60 mil pessoas, das
quais contratou 10 mil.
CONTEÚDO NACIONAL
A GE também tem planos
igualmente fortes no país, sobretudo para ampliar o conteúdo nacional de componentes usados em seus equipamentos. A empresa também anunciou um centro de
pesquisa no país, onde contratará 150 engenheiros.
Segundo Alexandre Alfredo, diretor de relações institucionais, a companhia foi
buscar profissionais em quatro universidades: as paulistas USP e Unicamp e as federais do Rio e de Minas Gerais.
(AGNALDO BRITO)
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