São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

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Bancos lançam mais fundos de proteção

Caixa, Itaú e Santander abrem captação para investimento que garante no mínimo retorno da aplicação inicial

Fundos aplicam em opções e títulos de renda fixa para evitar perdas; como risco é menor, rentabilidade é limitada

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Atentos à instabilidade provocada nos mercados acionários pela crise europeia, Itaú, Santander e Caixa estão lançando mais fundos de capital protegido.
Esse investimento permite aplicar em renda variável ao mesmo tempo em que garante, no mínimo, o retorno integral do capital inicial.
Mas, como os riscos são baixos, a rentabilidade costuma ser previamente limitada. Nos últimos 12 meses, esses fundos renderam menos do que os de renda fixa, também considerados seguros, e do que os indexados ao Ibovespa.
Para proteger o capital inicial do fundo, a maior parte de patrimônio é aplicada em renda fixa, principalmente em títulos públicos. O restante é investido em derivativos, geralmente em opções do Ibovespa, o principal índice da Bolsa de São Paulo.
Derivativos são operações em que os valores e as características de negociação estão vinculados a outros ativos que lhes servem de referência, ou seja, derivam de outro ativo.
As opções são contratos que reservam ao seu detentor o direito de comprar ou vender mercadorias ou títulos em uma data futura e a um preço predeterminado.
O investimento em opções de índice permite obter lucros tanto na queda quanto na alta do indicador. Por isso, os fundos lançados por Caixa e Santander oferecem rentabilidade tanto se o Ibovespa subir ou cair.
No entanto, isso deve ocorrer dentro de barreiras previamente estipuladas pelos fundos, de acordo com as expectativas em relação ao índice. Em ambos os casos, a barreira de baixa é de 20%. Já a de alta é de 50% no Santander e de 43,5% na Caixa.
Caso o Ibovespa oscile dentro das barreiras ao longo do funcionamento do fundo, o retorno bruto será exatamente igual à variação do índice. Mesmo se ele terminar com perdas de 15% no período, por exemplo, haverá ganho, na mesma proporção.
Já se terminar estável, não há ganhos e o investidor pega de volta o que investiu.
Os cenários variam ainda se o índice superar as barreiras de alta e/ou baixa no intervalo de duração do fundo.
Nesses casos, o ganho pode ficar limitado a uma taxa prefixada determinada na data de início do fundo, pode ser zero ou ser a soma de uma taxa prefixada mais a variação positiva igual a queda do Ibovespa no período.

INSTABILIDADE
Segundo Celso Zanin, superintendente nacional de Desenvolvimento de Produtos da Caixa, o momento é apropriado ao lançamento do fundo devido à instabilidade nas Bolsas, por causa da crise europeia e da aproximação das eleições.
O diretor do departamento de investimentos do Bradesco, Marcos Villanova, reconhece que os ganhos não costumam ser muito altos. É o ônus do baixo risco, diz.
"Nesse caso, o que o investidor quer é investir em Bolsa e ter risco zero. Mas há casos em que o ganho mensal já chegou a 180% do CDI, como em novembro de 2009."
Mas, antes de investir em fundos, é preciso ficar atento às taxas de administração cobradas e ao Imposto de Renda sobre os lucros obtidos.


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