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Bancos lançam mais fundos de proteção
Caixa, Itaú e Santander abrem captação para investimento que garante no mínimo retorno da aplicação inicial
Fundos aplicam em opções e títulos de renda
fixa para evitar perdas;
como risco é menor,
rentabilidade é limitada
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Atentos à instabilidade
provocada nos mercados
acionários pela crise europeia, Itaú, Santander e Caixa
estão lançando mais fundos
de capital protegido.
Esse investimento permite
aplicar em renda variável ao
mesmo tempo em que garante, no mínimo, o retorno integral do capital inicial.
Mas, como os riscos são
baixos, a rentabilidade costuma ser previamente limitada. Nos últimos 12 meses, esses fundos renderam menos
do que os de renda fixa, também considerados seguros, e
do que os indexados ao Ibovespa.
Para proteger o capital inicial do fundo, a maior parte
de patrimônio é aplicada em
renda fixa, principalmente
em títulos públicos. O restante é investido em derivativos,
geralmente em opções do
Ibovespa, o principal índice
da Bolsa de São Paulo.
Derivativos são operações
em que os valores e as características de negociação estão vinculados a outros ativos que lhes servem de referência, ou seja, derivam de
outro ativo.
As opções são contratos
que reservam ao seu detentor
o direito de comprar ou vender mercadorias ou títulos
em uma data futura e a um
preço predeterminado.
O investimento em opções
de índice permite obter lucros tanto na queda quanto
na alta do indicador. Por isso, os fundos lançados por
Caixa e Santander oferecem
rentabilidade tanto se o Ibovespa subir ou cair.
No entanto, isso deve ocorrer dentro de barreiras previamente estipuladas pelos
fundos, de acordo com as expectativas em relação ao índice. Em ambos os casos, a
barreira de baixa é de 20%. Já
a de alta é de 50% no Santander e de 43,5% na Caixa.
Caso o Ibovespa oscile
dentro das barreiras ao longo
do funcionamento do fundo,
o retorno bruto será exatamente igual à variação do índice. Mesmo se ele terminar
com perdas de 15% no período, por exemplo, haverá ganho, na mesma proporção.
Já se terminar estável, não
há ganhos e o investidor pega de volta o que investiu.
Os cenários variam ainda
se o índice superar as barreiras de alta e/ou baixa no intervalo de duração do fundo.
Nesses casos, o ganho pode ficar limitado a uma taxa
prefixada determinada na
data de início do fundo, pode
ser zero ou ser a soma de uma
taxa prefixada mais a variação positiva igual a queda do
Ibovespa no período.
INSTABILIDADE
Segundo Celso Zanin, superintendente nacional de
Desenvolvimento de Produtos da Caixa, o momento é
apropriado ao lançamento
do fundo devido à instabilidade nas Bolsas, por causa
da crise europeia e da aproximação das eleições.
O diretor do departamento
de investimentos do Bradesco, Marcos Villanova, reconhece que os ganhos não
costumam ser muito altos. É
o ônus do baixo risco, diz.
"Nesse caso, o que o investidor quer é investir em Bolsa
e ter risco zero. Mas há casos
em que o ganho mensal já
chegou a 180% do CDI, como
em novembro de 2009."
Mas, antes de investir em
fundos, é preciso ficar atento
às taxas de administração cobradas e ao Imposto de Renda sobre os lucros obtidos.
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